O grupo espanhol PG&A Empreendimentos vai investir R$ 80 milhões para implantar uma fábrica de cimento no Complexo Industrial Portuário de Suape. Primeira indústria da companhia no Brasil, a unidade vai atender exclusivamente ao mercado de Pernambuco, que figura hoje como o maior consumidor do produto no Nordeste. Ontem, representantes da empresa e da diretoria de Suape assinaram promessa de compra e venda de um terreno de 10,1 hectares, na área do porto que fica dentro do município do Cabo de Santo Agostinho.
O representante da PG&A no Brasil, Luiz Carlos Ghizzi, destaca que a escolha de Pernambuco foi motivada pelo crescimento econômico do Estado, pelo acelerado aumento no consumo de cimento e pela falta de outras indústrias que atendam à demanda. Apesar de ter tradicionais grupos cimenteiros, a exemplo do João Santos - dono da marca Nassau - muitas fábricas estão instaladas fora do Estado. Um exemplo é a Votorantim, que conta com indústria na Paraíba.
“A produção pernambucana só atende 10% da demanda. O restante é suprido por outros Estados, principalmente a Paraíba. O consumo local é de 320 a 340 quilos por habitante ano, o que significa algo entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas por ano”, calcula Ghizzi. Além do crescimento do setor imobiliário, Pernambuco também registra expansão na construção industrial e nas obras públicas. Segundo Ghizzi, o consumo de cimento do Estado no primeiro semestre foi 9% superior a igual período do ano passado.
“As obras se multiplicam no Estado. Se o PIB do Brasil crescer entre 6% e 7% como os analistas estão projetando, o de Pernambuco deverá crescer entre 9% e 12%”, aposta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, justificando o interesse do grupo de marcar presença por aqui.
A fábrica da PG&A em Suape terá capacidade para produzir 500 mil toneladas de cimento por ano e já tem um projeto de expansão para dobrar a capacidade num prazo de cinco anos se a demanda continuar superaquecida. A unidade vai gerar 150 empregos diretos e outros 450 indiretos. A previsão é iniciar a terraplenagem num prazo de seis meses e concluir a obra em 18 meses. “Depois da liberação do terrenos, vamos aguardar o licenciamento para começar”, diz.
Ghizzi explica que o clínquer e a escória - principais matérias-primas para a fabricação de cimento - serão importados da China, e provavelmente, do Egito, onde o grupo já conta com uma unidade. “Além da unidade, também vamos contribuir com uma movimentação importante para o Porto de Suape”, frisa, explicando que mesmo importando os insumos o empreendimento é competitivo. Na Espanha, o grupo usa a marca de cimento La Unión, mas deve desenvolver uma marca regional para o Brasil, onde hoje não está presente sequer com vendas. Além do Egito, a PG&A conta com fábricas na Espanha, República Dominicana e Chile.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Adriana Guarda
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