Vista como estratégica para o abastecimento de combustível no Norte e Nordeste, a instalação de refinaria no Ceará é analisada como viável em caráter logístico, ambiental, infraestrutural e econômico. Mas, para produzir na ZPE, em que 80% da produção deve ser exportada e com o barril de petróleo despencando de preço, Bruno Iughetti, consultor da área de Petróleo e Gás, pondera que a refinaria chinesa tem que ser estudada. Para ele, a viabilidade se teria se o refino fosse em benefício do consumidor brasileiro.
“Com o preço do barril abaixo de 50 dólares não justifica investimento numa refinaria. Isso já está sendo empreendido pelas grandes companhias no mundo, que estão otimizando refino em poucas regiões”, diz. Para ele, a refinaria chinesa na ZPE não resolveria o grande problema do País. “Isso beneficia a balança comercial brasileira. Mas não as necessidades que temos de logística no Nordeste”, diz.
PUBLICIDADE
Em termos ambientais, o consultor diz que uma refinaria, para ser competitiva, tem que atender a parâmetros internacionais. “A refinaria seria de última geração com menor índice de enxofre”.
Edilson Duarte, coordenador dos cursos de Engenharia da DeVry Fanor, foi o gerente de projetos que nos estudos da Petrobras para a instalação da refinaria Premium II e garante que o Pecém é o local ideal. Ele cita malha viária e empresas ao redor do Pecém como trunfo para a viabilidade. “Ali estou ao lado do porto, que tem capacidade de receber e exportar”.
Roberto Menescal de Macêdo, coordenador pedagógico do curso de graduação em Petróleo e Gás da Unifor, diz que a refinaria sempre foi viável economicamente. “O problema da Petrobras é que ela, ao invés de trabalhar no negócio, trabalhou no campo político. Porque o Brasil é carente de refino e ainda importa derivados de petróleo”.
(Fonte: O Povo (CE)/Beatriz Cavalcante)