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Navalshore

Estrutura do porto de Suape foi criada visando à expansão

Ipojuca (PE) A estrutura é enorme, e foi criada já pensando em sua expansão. Com áreas de atracação de navios na costa (on shore) e fora dela (off shore), o Porto de Suape nasceu para crescer junto com o desenvolvimento de Pernambuco. Ao longo de mais de três décadas de existência, ele amadureceu, mas ainda se expandirá bastante para dar cabimento à nova economia pernambucana. Enquanto isso, já mostra a que veio. Não são somente os pernambucanos que dizem, mas instituições de pesquisa já comprovam: Suape está na liderança no que se refere à qualidade dos portos brasileiros.

Em 2007, o Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou o terminal como o melhor porto público do País. Mais tarde, em 2010, foi a vez de o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) reconhecer Suape, colocando-o no topo do ranking entre os portos brasileiros.

Destaque

São diversos os motivos que fazem com que Suape tenha este destaque, explica o diretor de Gestão Portuária do complexo, Jorge Dias. "Não é um porto em área urbana, e isso faz com que famosos gargalos não aconteçam. É um porto com planejamento. Os acessos são fáceis, a área de navegação é fácil, possui um bom calado (profundidade). E o tempo de espera para atracação é muito pequeno", enumera. A localização geográfica privilegiada, estando mais próximo da Europa e dos Estados Unidos, também um forte ponto positivo.

E o porto já está se preparando para os empreendimentos estruturados em instalações e prometidos para Suape, saindo até à frente da iniciativa dos investidores do local. Como no caso da refinaria, para a qual já existem dois berços exclusivos prontos, recentemente instalados para receber a usina. "A gente fez a nossa parte, até antecipamos, a refinaria que atrasou", destaca Dias.

Mas para receber ainda a siderúrgica, a montadora de veículos, a Transnordestina, o polo petroquímicos, entre outros projetos, o terminal portuário ainda precisa avançar mais.

Contudo, isto não mostra ser nenhuma preocupação para a gestão de Suape. "O porto tem infraestrutura para isso, ele foi pensado para se expandir abrigando todos estes empreendimentos", garante.

A zona portuária ocupa uma área de dois hectares dentro dos 14 existentes em Suape. Neste território, o porto conta com uma área interna com os navios atracando diretamente na costa, com a externa, através dos píeres construídos em alto-mar, no mesmo modelo do terminal do Pecém, no Ceará. Atualmente, no porto interno, existem dois quilômetros de canais para atracação, que serão expandidos até chegar a 15 quilômetros. "O plano diretor prevê que até 2030 todos os canais estejam dragados", informa.

Movimentação

Para se ter uma noção do impacto que os novos empreendimentos terão no porto, a movimentação de carga, que e, 2010 chegou a 9 milhões de toneladas, deverá saltar para 40 milhões em 2014, quando está previsto o início da operação da refinaria e da montadora de veículos. "Somente a refinaria irá incrementar em 22 milhões de toneladas", cita. Dois anos depois, espera-se incluir mais oito milhões de toneladas só com o terminal de grãos que funcionará para Transnordestina. O desafio é garantir a mesma qualidade nos serviços na nova fase que já está projetando para a economia de Pernambuco.

CONSTRUÇÃO NAVAL
Região torna-se berço de estaleiros

O maior estaleiro do hemisfério sul vai ganhando contornos cada vez mais grandiosos. Depois de se tornar o responsável pela descentralização da indústria naval do Sudeste do País, o pernambucano Atlântico Sul (EAS) vem ganhando cada vez mais destaque e se tornando o estaleiro mais competitivo do Brasil. E fez mais: mostrou que o Nordeste pode, sim, abrigar esta nova indústria e já ajudou a atrair mais dois outros empreendimentos do tipo.

Atualmente, são 10 mil pessoas trabalhando no estaleiro, e o número deve aumentar. Possuindo a maior carteira de encomendas do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), além do casco da plataforma p-55 da Petrobras, o EAS foi o vencedor da última licitação da Petrobras para a construção de sete sondas de perfuração para o pré-sal, só estas no valor de US$ 4,63 bilhões. Juntando aos outros US$ 3,5 bilhões das encomendas já existentes, vê-se que o investimento de R$ 2 bilhões na sua construção foi claramente bem sucedido. Tanto que, para permitir seus planos audaciosos, já planeja a sua duplicação, segundo informa o vice-presidente de Suape, Fred Amâncio.

Obras do Promar em abril

Esta força atraiu também o estaleiro Promar, que antes pretendia ser instalado na enseada do Mucuripe, em Fortaleza. Acredita-se que o segundo estaleiro de Suape possa iniciar sua construção no próximo mês de abril. Com um investimento de R$ 300 milhões, o prazo de construção é de 12 meses. O Promar venceu a licitação para construir oito navios gaseiros, no valor de R$ 1 bilhão.

Terceiro estaleiro

Além dele, mais recentemente, no início de fevereiro, o governo pernambucano anunciou ainda que um terceiro estaleiro será instalado em Suape. Formado por um consórcio de quatro empresas espanholas, o Galíctio é um investimento de US$ 440 milhões (quase R$ 750 milhões) e será localizado em uma área de 40 hectares por trás do EAS. "O Atlântico Sul está atraindo outros estaleiros, e a filosofia de cadeia, com as empresas que fornecem a estaleiros. E estaleiros que não são só de construção, mas de reparação, de construção de megablocos, de partes de navios. Todos eles estão começando a chegar", analisa Amâncio.

Fonte: Diário do Nordese (CE)/SÉRGIO DE SOUSA






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