Um estudo realizado pelo Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP) da USP e pela Fundação Vanzolini analisa como a construção da ferrovia EF-170 (Ferrogrão) pode aliviar o porto de Santos e ampliar a competitividade da soja brasileira no mercado asiático. A ferrovia, que ligará Sinop (MT) a Itaituba (PA) ao longo de 933 km, também traria benefícios para os demais corredores logísticos do Norte, como os portos de Manaus, Santarém e São Luís, sem reduzir suas demandas.
Os pesquisadores Daniel de Oliveira e Ronaldo Benevides Veloso aplicaram o modelo de decisão Markov para maximizar as utilidades do projeto, revelando que a Ferrogrão expandiria a zona de silos conectados à ferrovia de 20 para 33 cidades, com 27 delas se tornando estratégicas para o novo corredor. Esse crescimento beneficiaria especialmente o Mato Grosso, reduzindo a dependência do Porto de Santos e diminuindo sua zona cativa de 44 para 37 cidades. Corredores para os portos do Norte, representados por áreas vermelhas e verdes no estudo, sofreriam impacto mínimo, com a perda de apenas uma cidade na zona verde.
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Além disso, a ferrovia permitirá maior eficiência logística, reduzindo o transporte rodoviário médio de 914 km para 171 km, o que diminuirá os custos de logística e aumentará o rendimento médio por saca de soja em R$ 3,00, passando de R$ 12,25 para R$ 15,25. O projeto também contribuirá para a sustentabilidade, com redução de até 60% nas emissões de gases de efeito estufa. Essas melhorias consolidam a Ferrogrão como um projeto estratégico para fortalecer a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.