O estado do Rio de Janeiro poderá ter prejuízo de R$ 830 milhões caso seja confirmada pelos Estados Unidos a cobrança de tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A estimativa é baseada em levantamento do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que avaliou os impactos no país e em estados das regiões Sul e Sudeste.
De acordo com a Firjan, o Rio de Janeiro é o segundo maior estado exportador para os EUA, ficando atrás apenas de São Paulo. Em 2024, o Rio importou R$ 8,9 bilhões dos Estados Unidos e exportou R$ 7,4 bilhões. Os principais produtos exportados para os Estados Unidos são petróleo bruto e aço. A indústria de petróleo e gás emprega aproximadamente 40 mil pessoas no estado, e a metalurgia, 48 mil. Ainda segundo a federação, 48 municípios fluminenses poderão ser atingidos pelo tarifaço americano. Entre os que seriam os mais prejudicados estão a capital, Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João da Barra, Macaé e Volta Redonda.
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Ao lado de outras entidades do setor produtivo, a Firjan integra um grupo de trabalho executivo, criado pelo governo do estado do Rio, para avaliar os possíveis impactos do tarifaço na economia fluminense. O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, disse que vê com grande preocupação a possível implementação das medidas e que defende a intensificação do diálogo e da negociação em busca de uma solução satisfatória para ambos os lados.
“Essa imprevisibilidade é prejudicial para todos, principalmente para as pequenas e médias empresas fluminenses. Também defendemos a postergação do prazo de negociação para obter o acordo entre as duas partes, se necessário”, alertou Caetano.