De Singapura - Executivos do Porto de Singapura (PSA) irão ao Espírito Santo no final deste mês. Eles querem investir no Brasil e buscam oportunidades para a instalação de um complexo portuário. Em 2011, eles movimentaram 29 milhões de contêineres. Com as parcerias que têm com 29 outros portos ao redor do mundo, foram outros 30 milhões, somando 59 milhões somente no ano passado. Para termos uma ideia da grandeza destes números, em todo o mundo, em 2011, foram movimentados 150 milhões de contêineres.
Kenny Ong, diretor do PSA para a América, em reunião realizada ontem pela manhã na sede do PSA com o governador Renato Casagrande, mostrou estar com apetite com relação ao Brasil. “Estamos em falta com vocês. Quando assumi essa diretoria, meu foco já era o Brasil. Temos um grupo aqui dentro só trabalhando nesse projeto. Nem preciso dizer porque temos de entrar no Brasil”, deixando claro que o crescimento da economia e o subdesenvolvimento da logística brasileira estão abrindo os olhos de muita gente.
Casagrande disse ao executivo haver possibilidades de parcerias no Espírito Santo. “Temos o porto público de águas profundas, que o governo federal quer formar parceria, uma ótima opção, já que será um terminal de contêineres. Barra do Riacho, sob concessão da Fibria, onde há área para a construção de um terminal multiuso. E no Norte do Estado, em Linhares e São Mateus, onde há duas empresas (a mineradora Manabi, no caso de Linhares) com projetos para porto específico, mas com possibilidade de abrir também para multiuso. São várias as possibilidades e é isso que mostraremos a eles”.
Apesar da vontade mútua, o executivo de Singapura mostrou-se preocupado com os entraves impostos pela legislação brasileira. Kenny Ong reclamou, principalmente, do fato de o Brasil vedar a possibilidade de um porto privado trabalhar com cargas de terceiros. “É uma legislação que dificulta. O que vemos é que há muita gente empenhada para que isso não mude. Além disso, sofremos com a mudança constante das regras e com as dificuldades em se obter uma licença ambiental no Brasil”, enumerou Ong.
Casagrande procurou minimizar as críticas e disse que a legislação portuária brasileira, cedo ou tarde, irá mudar. “O governo federal sabe que há problemas, exatamente por isso propõe parceria no porto público de águas profundas. Como a União não permitirá o loteamento do litoral brasileiro, quem procurar por espaço agora, sairá na frente”.
Executivos participam de rodada de negócios
Vinte executivos e empresários de Singapura compareceram, na tarde de ontem, na rodada de negócios promovida pelo governo capixaba. Eles estão interessados em investir no Brasil e foram saber o que o Estado tem para oferecer.
O governador Renato Casagrande apresentou o Espírito Santo aos executivos e o secretário de Desenvolvimento, Márcio Félix, mostrou os indicadores econômicos. Na hora das perguntas, os empresários quiseram saber dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado, questionaram as parcerias púbico privadas e as taxas de importação impostas por aqui.
Os executivos até interpelaram o governador sobre a possibilidade da formalização de um acordo de livre comércio entre Singapura e Espírito Santo, o que não é permitido pelas leis brasileiras.
“Foi um encontro importante, não por fecharmos negócios, mas por apresentarmos o Espírito Santo para todos esses investidores”, assinalou Márcio Félix.
Fonte: A Gazeta (ES)/Abdo Filho
PUBLICIDADE