Balança: Apesar da alta, participação do setor de agronegócios nos embarques totais do país caiu no intervalo
As exportações do agronegócio brasileiro tiveram expansão de 15% e o saldo da balança comercial aumentou 12,65% no primeiro trimestre de 2010. Mas os embarques do setor perderam peso no total vendido pelo Brasil no exterior, recuando de 40,4% para 36,9% na comparação com igual período de 2009.
A boa elevação dos preços médios de embarque compensaram a redução nas quantidades exportadas pelo agronegócio no intervalo de janeiro a março. As vendas somaram US$ 14,5 bilhões e as importações, US$ 3,04 bilhões. O superávit bateu em US$ 11,45 bilhões. A performance de março impulsionou as exportações do trimestre. No mês, os embarques somaram US$ 6,01 bilhões, um recorde histórico para março. As importações chegaram a US$ 1,14 bilhão, o que resultou em um saldo positivo de US$ 4,87 bilhões no período.
"Esse resultado mostra, mais uma vez, a importância do agronegócio brasileiro como gerador de superávit comercial e, sobretudo, a pujança do setor", afirmou, em nota, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
As principais fontes de divisas do agronegócio foram as exportações de carnes, sobretudo frango (avanço de 25%) e bovina in natura (36%). No segmento de carne industrializada, houve recuo nos preços e nos embarques. O complexo carnes vendeu 20% a mais do que em 2009, liderando os embarques do primeiro trimestre do ano no agronegócio, com US$ 2,98 bilhões. As vendas de soja (grão, farelo e óleo) ficaram estagnadas em US$ 2,5 bilhões no período. As vendas de produtos florestais atingiram US$ 2,18 bilhões (+30%). Os embarques de café somaram US$ 1,16 bilhão no trimestre.
Na análise por destinos, as exportações brasileiras do agronegócio tiveram forte crescimento em valores e participação na Ásia (28,6%), Oriente Médio (42%) e Europa Oriental (60%). Ainda assim, os 27 países da União Europeia seguem como o principal destino dos produtos do agronegócio, com US$ 4,2 bilhões nesse primeiro trimestre do ano. Em termos de compradores individuais, a China segue na liderança, com um fatia de 10,4% de tudo o que o agronegócio brasileiro vende no exterior. As vendas para a China registraram forte expansão de 53,5% até março. Estados Unidos, Países Baixos e Rússia também aumentaram o volume de compras do Brasil.
Na soma dos últimos 12 meses, entre abril de 2009 e março de 2010, as exportações do agronegócio recuaram 5,5%, de US$ 70,5 bilhões para US$ 66,65 bilhões. As importações também foram inferiores - 7,2%, para US$ 10,430 bilhões. Em consequência, o superávit comercial acumulado pelo setor nos últimos 12 meses contraiu-se de US$ 59,26 bilhões para US$ 56,22 bilhões - pouco mais de 5%.
Fonte: Valor Econômico/ Mauro Zanatta, de Brasília
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