Os efeitos da crise global, que provocam retração na economia de vários países e a expansão do mercado nacional abaixo do previsto, rebatem negativamente na atividade de comércio exterior no Espírito Santo.
Os números acumulados do período de janeiro a setembro deste ano, comparados aos do mesmo período de 2011, apontam queda de 21% nas exportações e retração de 15% nas importações. O desempenho da atividade de comércio exterior no Estado foi bem pior que as importações e as exportações brasileiras.
Os dados foram divulgados pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex). "A desaceleração da economia mundial impacta diretamente nas exportações do Estado para outros países, e a crise financeira gera acirramento da competição internacional por mercado e dificulta as vendas externas", explica o presidente do Sindiex, Severiano Alvarenga Imperial.
Ferro, aço e automóveis foram os vilões da balança comercial capixaba nos primeiros nove meses do ano, respondendo pelas mais significativas quedas das importações e exportações do Espírito Santo. De acordo com os dados do Sindiex a retração nas importações de automóveis teve impacto na balança, assim como a desaceleração das vendas de ferro e aço para o exterior. A corrente de comércio do Estado está negativa em 18% no período analisado.
As importações feitas pelo Espírito Santo somaram US$ 6,53 bilhões, de janeiro a setembro deste ano, o que resultou numa desaceleração de 15%, em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializados US$ 7,68 bilhões.
Os principais itens que registraram queda nas importações foram: carvão mineral (-42%), pneus (-25%), automóveis (-23%), equipamentos elétricos e telefonia (-23%), além de máquinas e veículos para movimentação de cargas (-11%). Tecidos, fios e vestuários permaneceram com saldo positivo, registrando um crescimento de 4% no período analisado.
As exportações registraram desempenho ainda pior do que as importações. As vendas ao mercado externo totalizaram US$ 8,95 bilhões, de janeiro a setembro deste ano, representando queda de 21%, se comparadas com o mesmo período do ano anterior.
O ferro e o aço tiveram 41% de queda em relação ao mesmo período do ano passado. Os índices caíram também no item petróleo e óleos brutos (-29%), minério de ferro (-26%), café e outras especiarias (-21%) e celulose (-9%). O único segmento que permaneceu em alta foi o de rochas ornamentais, com saldo positivo de 11%.
Quando se fala de importação, o cenário capixaba é um pouco diferenciado do restante do Brasil. Por conta das mudanças que virão a partir de janeiro próximo, com unificação da alíquota do ICMS sobre produtos importados nas operações interestaduais, as perdas para o Estado e para os municípios serão acentuadas.
"É normal ocorrer uma retração, diante das incertezas ainda existentes no mercado. Esperamos encontrar as soluções para os impasses que virão a partir do próximo ano. No comércio exterior, o prazo mínimo é de 90 dias. Já começamos a contar", ressaltou Imperial.
Importações nacionais
As importações brasileiras totalizaram US$ 164,87 bilhões, nos primeiros nove meses do ano, com retração de 1%.
Importações estaduais
No Espírito Santo, as importações totalizaram US$ 6,53 bilhões no período de janeiro a setembro, com queda de 15%.
Exportações nacionais
Com queda acumulada de 5% no período, as exportações brasileiras totalizaram US$ 180,59 bilhões.
Exportações estaduais
O desempenho das importações capixabas foi negativo, com queda 21% no período. As operações de importação totalizaram US$ 8,95 bilhões.
Compradores
Os principais países destino dos produtos capixabas foram Estados Unidos, Holanda, China, Japão e Itália.
Vendedores
China, EUA, Coreia do Sul, Alemanha e México foram os principais países de origem das importações feitas pelo Espírito Santo.
Fonte: A Gazeta / Rita Bridi
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