O volume de exportações do Estado, de janeiro a setembro deste ano, ficou registrado em torno de US$ 924,2 milhões, valor 9,7% inferior ao alcançado no mesmo período do ano passado (US$ 1,02 bilhão), segundo balança comercial divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O declínio apresentado é semelhante ao verificado na comparação do acumulado até agosto, na qual 2012 apontou uma queda de 11,24% em relação a 2011.
Ainda assim, o mês de setembro conseguiu, com US$ 110,6 milhões gerados, superar em 1,78% o resultado de agosto último (US$ 108,9 milhões) e 3,41% o de setembro do ano passado (US$ 107,2 milhões).
Para o superintendente do Centro de Negócios Internacionais (CNI) da Fiec, Eduardo Bezerra, essa redução de exportação de produtos locais é consequência da crise econômica mundial, iniciada nos últimos meses de 2008, que tem, desde então, prejudicado o desempenho cearense ano a ano. "Os nossos dois principais destinos para exportar são justamente os blocos de países mais afetados pela crise: os integrantes do Nafta, como Estados Unidos e México, e da União Europeia", explica. No entanto, pode-se considerar que 2011 foi uma exceção neste período turbulento, já que nele foi atingido um volume histórico de exportações: US$ 1,4 bilhão, 10,4% a mais que em 2010. Bezerra esclarece que isso aconteceu porque o mercado, de uma maneira geral, aproveitou o ano passado para investir suas reservas, a fim de se proteger.
Frutas em ascensão
No que se refere aos produtos, o destaque de setembro ficou por conta das frutas, que após um 10º lugar em julho e um 7º lugar em agosto, elas figuraram, no mês passado, na 2ª posição daqueles com maior participação nas exportações: 15,09% (US$ 16, 7 milhões). "É normal que, no segundo semestre, o setor de fruticultura cresça em relação ao primeiro, já que, na segunda metade do ano, os europeus, principais clientes das frutas do Ceará, estão perto de entrar no inverno, quando eles param de produzir e começar a importar daqui", conta Euvaldo Bringel, presidente do Instituto Frutal.
A primeira posição foi ocupada, mais uma vez, pelo setor de calçados, com 24,09% de participação (US$ 26,7 milhões).
Importações
No mês passado, o montante de importações ficou em torno de US$ 216, 7 milhões, resultando em um saldo negativo, na balança comercial, de US$ 105,8 milhões. No acumulado do ano, as importações chegaram ao nível de US$ 1,8 bilhão (6,5% a mais que o indicado no mesmo intervalo de tempo de 2011), enquanto o saldo ficou em negativos US$ 918 milhões.
China lidera de novo
A novidade de setembro foi o retorno dos chineses ao topo da lista dos países dos quais o Ceará importa, com 13,46% de participação (US$ 29,1 milhões). Em julho, eles lideravam, mas em agosto foram ultrapassados pelos EUA. Nas exportações, os norte-americanos ainda mantém a 1ª posição, com 22,3% (US$ 24,7 milhões).
Fonte: Diário do Nordeste
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