Do Rio - A Ferrous Resources do Brasil, mineradora com sede em Belo Horizonte e controlada por fundos de investimento internacionais, obteve licença prévia (LP) para o terminal portuário que pretende construir em Presidente Kennedy, no Espírito Santo. O terminal é importante para o plano da Ferrous de produzir 25 milhões de toneladas de minério de ferro até 2014, que inclui construir um mineroduto de 400 quilômetros para levar o minério até o porto que será construído no Espírito Santo. O investimento total é estimado em US$ 3,7 bilhões, com um caixa de US$ 400 milhões a empresa busca um sócio estratégico para tirá-lo do papel.
Mozart Litwinski, diretor presidente da companhia, informou ao Valor que a operação de busca de um parceiro para o projeto, tocado pelo Deustche Bank, deve ser concluída em abril. "Há vários interessados, tradings, siderúrgicas, mineradoras. A maioria é estrangeira, incluindo chinesas. Apenas uma empresa nacional está na lista das concorrentes", disse Litwinski. A expectativa é que em abril o sócio estratégico entre no negócio e que até lá a Ferrous já tenha formado todo o "equity" necessário para avançar com o projeto. A empresa também está sendo assessorada pelo banco Santander para obter financiamentos capazes de garantir o início do empreendimento.
A Ferrous é dona de quatro minas de minério de ferro: Viga, Esperança, Serrinha e Santanense, todas próximas a Belo Horizonte. Além de receber a LP para o terminal portuário no Espírito Santo, a mineradora obteve esta semana a licença de instalação (LI) da mina de Viga, próxima da mina de Casa de Pedra da CSN, no município de Congonhas (MG). Isso vai permitir iniciar a construção e exploração da mina. Com a LP, a Ferrous pretende iniciar este ano embarques de minério de ferro da ordem de 2,5 milhões de toneladas. Os planos incluem embarcar mais 4 milhões de toneladas em 2012 e 6 milhões, em 2013. A meta de 2014 é de 25 milhões de toneladas.
"O minério a ser exportado este ano será embarcado pelo porto de Sepetiba, da Vale, que fez uma concorrência para terceiros embarcarem minério no seu terminal (ela leiloa 20% do que embarca para outros clientes) e nós ganhamos o direito de embarcar 750 mil toneladas de minério este ano", informou o diretor-presidente da Ferrous. No segundo semestre haverá outra licitação de 1,5 milhão de toneladas no porto da Vale e a Ferrous pretende participar.
Litwinski está entusiasmado com a possibilidade de exportar o minério, pois isso vai gerar mais caixa para a companhia. "Vamos exportar e vender parte do minério no mercado doméstico". Ele acredita que esses recursos poderão se somar ao "equity" do sócio estratégico e aos financiamentos que buscam e possibilitar a construção de uma unidade de concentração de minério na área de Viga, além de iniciar a construção do mineroduto em julho. "Já compramos e desapropriamos 280 quilômetros dos 400 quilômetros de terra no entorno do mineroduto. Queremos terminar até o fim de abril o processo de aquisição de terras". Para reforçar mais o caixa da Ferrous, Litwinski disse que a estratégia inclui nova tentativa de abrir o capital da empresa na Bovespa ou na Bolsa de Londres. Em 2009, a Ferrous buscou fazer um IPO em Londres que não aconteceu por causa da fraqueza dos mercados pós-crise.
(Fonte: Valor Econômico/VSD)
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