Ferrovia coloca Maringá e Londrina em rota de colisão

A Ferrovia Norte-Sul, que vai integrar os dois pólos do Brasil, virou motivo de disputa entre Maringá e Londrina. Para receber a ferrovia federal, o Paraná está criando a Ferrosul, a partir da transformação da Ferroeste em empresa regional, que vai incorporar os três Estados do Sul e o Mato Grosso do Sul. O objetivo é estender a Ferrovia Norte-Sul a partir da cidade de Panorama (SP), onde ela terminaria (conforme o projeto do governo federal), até o Porto de Rio Grande (RS), passando por Maringá, Campo Mourão e Chapecó (SC). Londrina ficou fora do projeto e agora se mobiliza para que a ferrovia contemple a cidade.
O estopim para o duelo entre Maringá e Londrina foi aceso no último dia 26, quando o prefeito de lá, Barbosa Neto (PDT), insatisfeito com a exclusão, decidiu convocar a imprensa, a sociedade organizada e os políticos da cidade, para se unirem na luta pela inserção do município no projeto. “A Ferrovia Norte-Sul está para ser passada pelo Paraná e, ao que consta, iria passar por Londrina e não vai mais passar por uma decisão da Câmara Federal”, declarou o prefeito em matéria divulgada no site oficial do município.
Novo traçado
Barbosa Neto, na oportunidade, destacou que, durante visita a Brasília alguns dias antes, foi informado que a Comissão de Transporte alterou o traçado original e determinou que a Ferrovia Norte-Sul passe pela região de Maringá.
“Esse é um problema extremamente sério. Uma discussão que precisa ser colocada e nós estamos procurando mobilizar todas as entidades e os nossos deputados. Todos, de uma forma geral, para que eles possam realmente se sensibilizar diante da necessidade dessa ferrovia passar pela cidade de Londrina”, declarou. A iniciativa do prefeito colocou em alerta as bancadas políticas das duas regiões.
O deputado federal Ricardo Barros (PP) aponta que a inclusão de Maringá é uma questão técnica. “A decisão de passar a rodovia por Maringá e Campo Mourão é técnica. Sabemos que Londrina se sentiu prejudicada, mas achamos que a decisão técnica deve ser mantida”, dispara o deputado maringaense, que foi um dos coordenadores da campanha de Barbosa Neto à prefeitura de Londrina.
Ricardo conta que conversou com o deputado federal Beto Albuquerque (PSDB-MG) , relator do projeto de criação da Ferrosul na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. “Explicamos para ele e acreditamos que o projeto será mantido. Não acredito que o governo vá alterar isso”, completa.
O deputado federal André Vargas (PT-PR), de Londrina, prega a união das duas cidades em torno da ferrovia. “O trecho inicial, definido pelo Ministério dos Transportes, previa que passasse por Londrina. O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, defende que passe por Maringá. É preciso ver qual é a melhor alternativa. Eu acho que deve passar por Londrina também. As duas cidades têm que ser atendidas e precisam se unir para isso”, declarou.
Vargas destaca também que Londrina tem produção agropecuária que justifica a linha férrea. “Londrina e Maringá são um nicho metropolitano muito importante para o Estado do Paraná. Brigando, só teremos a perder”, sugere o deputado. O prefeito de Maringá, Silvio Barros (PP), diz que Maringá e Campo Mourão estão mobilizadas há muito tempo para garantir o traçado pelos dois municípios. “Diante das vantagens que a região oferece, temos certeza da manutenção dos planos iniciais sobre o trecho da ferrovia, beneficiando as duas cidades”, declara.
Pólo de alimentos
O prefeito de Campo Mourão, Nelson José Tureck (PMDB), reuniu-se na última terça-feira com o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, para falar sobre o assunto. Tureck argumentou que Campo Mourão “é o pólo brasileiro de alimentos e que possui um dos maiores entroncamentos rodoviários do Paraná”.
Campo Mourão também sedia a maior cooperativa da América Latina, a Coamo, que recebeu dois milhões de sacas de soja por dia na última safra. Samuel Gomes destaca que o objetivo é interiorizar o desenvolvimento em todo o Brasil.

Fonte: O Diário do Norte do Paraná

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