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Forte queda na exportação de bois vivos

O naufrágio de cerca de 5 mil bois destinados à exportação no porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), agravou um pouco mais a tendência de queda dos embarques brasileiros desses animais vivos neste ano. A tragédia, que aconteceu no início de outubro e até hoje mantém o porto fechado para esse tipo de operação, envolveu um navio de bandeira libanesa que navegava rumo à Venezuela, maior mercado para as vendas do Brasil. E, ironicamente, é a fraca demanda venezuelana a principal razão para o expressivo recuo nos negócios nessa frente em 2015.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pelo Ministério da Agricultura, as exportações de bois vivos do país renderam, no total, US$ 189,9 milhões de janeiro a outubro deste ano (192,1 mil cabeças), 68,3% menos que em igual período de 2014 (US$ 598,3 milhões, ou 581,7 mil cabeças). Nos dez primeiros meses deste ano, a Venezuela representou US$ 115 milhões, uma queda de 76% em igual comparação.


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Em todo o ano passado, foram US$ 680,9 milhões, já com uma retração de 5,9% em relação a 2013. Mas a Venezuela evitou que o tombo fosse maior, já que suas compras cresceram 2,7%, para US$ 560,4 milhões - ou 82,3% do valor total. Foi a desvalorização da moeda venezuelana frente ao dólar, agravada pela queda dos preços internacionais do petróleo, que fez o país passar de herói a vilão. Com o poder de compra reduzido, a Venezuela, que usa esses animais para compensar seu pequeno rebanho e manter alguns frigoríficos em operação, pisou no freio.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Exportadores de Gado (Abeg), já nos últimos meses de 2014 eram evidentes os sinais de declínio das exportações ao mercado venezuelano, sobretudo em Barcarena, responsável por mais de 90% do escoamento total, que é liderado pela Minerva Foods, dona da carga que naufragou em outubro. E, por mais que tenha havido uma diversificação de destinos das vendas nos últimos anos, uma recuperação consistente dependerá da Venezuela.


Conforme Décio Coutinho, que nesta terça-feira deixa o cargo de secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura - ele vai se aposentar como servidor público em Mato Grosso -, há acordos sanitários que permitem embarques para outros cinco países além da Venezuela: Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e, mais recentemente, Bolívia. Neste momento, disse ele, já está em andamento a negociação de certificados sanitários para que Vietnã, China, Malásia e Ilhas Maurício entrem nessa lista.

Do total de 40 países que exportam bovinos vivos no mundo, o Brasil está entre os cinco maiores, responsáveis por 65% do comércio global. Os outros líderes são Canadá, França, Austrália e México. No ano passado, a participação brasileira no total foi de 7,3%. "Esse negócio está indo de vento em popa, com um crescimento vertiginoso, e temos demanda de empresas brasileiras para abrir outros países, principalmente no Golfo Pérsico", afirmou Coutinho ao Valor.

É claro que, como reconheceu Coutinho, a suspensão dos embarques em Vila do Conde atrapalha, mesmo que temporariamente, o avanço desse comércio. Mas tanto ele quanto Gil Reis, superintendente da Abeg, não acreditam que a paralisação será longa. "Não acredito que o cenário atual seja preocupante, principalmente pelo fato de o Brasil ter uma grande capacidade de produção pecuária, de alta qualidade, e também estar apto tecnicamente a operar com segurança a atividade de exportação de bois vivos", destaca o representante da associação dos exportadores.

Fontes do segmento também não acreditam que serão aceitos pelo governo pleitos como o de 2012, quando a indústria de carne bovina do Brasil pediu à Câmara de Comércio Exterior (Camex), sem sucesso, a criação de uma tarifa de 30% sobre as exportações de bovinos vivos. Na época, a alegação foi que essas vendas agregavam menos valor ao boi, que deixa de ser abatido e processado no país.

Fonte: Valor Econômico/Cristiano Zaia | De Brasília






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