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Governador de Minas visita as obras do Porto do Açu

O governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), visitou as obras do Superporto do Açu na última terça-feira, em companhia da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck. O governador e sua comitiva foram recepcionados no porto pela prefeita de São João da Barra, Carla Machado e o empresário Eike Batista, presidente do grupo EBX, além de diretores da holding. Anastasia avaliou positivamente o empreendimento, lembrando que ele facilitará a exportação de produtos de Minas, especialmente o minério de ferro que chegará pelo maior mineroduto do Brasil, com 525 quilômetros.

Durante a visita o governador de Minas assistiu a um vídeo institucional do grupo e ouviu uma explanação quanto às possibilidades de utilização do Superporto pelas empresas mineiras voltadas ao mercado externo. Com início das operações prevista para 2012, o Completo Portuário, maior obra de infra-estrutura logística da América Latina poderá captar algo em torno de U$ 20 bilhões em exportações de Minas, reduzindo os custos com transportes, especialmente a partir da ligação com o ramal ferroviário da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), do Grupo Vale (antiga Vale do Rio Doce).

A prefeita destacou a importância econômica do empreendimento para as regiões Norte e Noroeste do Estado. Na sua opinião, o empreendimento abre portas para novos negócios, gerando emprego e renda. Carla afirmou ainda que as relações com Minas se tornam mais estreitas e enfatizou as ações voltadas à capacitação profissional que tem sido desenvolvidas pela Prefeitura e as parcerias com o próprio grupo EBX e instituições, como o Instituto Federal Fluminense (IFF, antigo Cefet) e a Fundação de Apoio às Escolas Técnicas (Faetec), do governo do Estado, no sentido de preparar a mão de obra local para os postos de trabalho. Atualmente trabalham nas obras do porto cerca de 3,2 mil pessoas, sendo 52% de São João da Barra e região.

Ao mesmo tempo a prefeita demostrou as preocupações que o município tem com planejamento e todos os efeitos decorrentes de um crescimento acelerado:

- Temos trabalhado muito no sentido de atender a todas às demandas e especialmente de construirmos soluções viáveis, mitigando efeitos negativos, ressaltou.

O Superporto será uma alternativa também para o escoamento de outros produtos do Estado, como o ferro-gusa, o açúcar e o café. Além de exportado, parte do minério de ferro que vier das lavras em Conceição do Mato Dentro, na região Central do estado, será aproveitado pela indústria do aço, já que estão previstas duas plantas siderúrgicas - uma da chinesa Wisco e outra do grupo ítalo-argentino Ternium-Techint, no Distrito Industrial localizado na retro área do porto. O aço abastecerá o pólo metal- mecânico que contará com um estaleiro do próprio grupo EBX em parceria com a coreana Hyundai, uma montadora de automóveis e duas termelétricas, que abastecerão as empresas instaladas reduzindo em 30% o custo com energia.

Já o presidente do Grupo EBX disse que a intenção do convite feito ao governador de Minas foi mostrar o que o Complexo Industrial do Superporto do Açu pode proporcionar às empresas mineiras em termos de eficiência e redução de custos para exportação, mas também em relação à importação: "em Minas Gerais, algumas indústrias não aumentam a sua produção, porque tem um gargalo para a exportação. É um porto que está sendo construído para todo o Brasil, mas Minas é um dos estados que vai tirar maior vantagem, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo", explicou.

Também o deputado Sabino recebeu alunos do grupo de Pós-graduação, do qual faz parte, o "MBA em Inovação na Gestão Pública" da Assembléia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) em parceria com a Universidade do Estado do Rio (Uerj), em Rio das Ostras e em São João da Barra no último fim de semana. O objetivo do grupo foi levantar dados para um trabalho do curso sobre os possíveis impactos que o Porto do Açu terá na região e no Estado do Rio.

Sabino declarou-se surpreso com o avanço das obras.

- Não tenho dúvidas que o Porto do Açu deixará a região mais forte economicamente - destacou o deputado.

A questão dos impactos negativos com a vinda da LLX também foi colocada em pauta.

- A empresa reúne condições e possibilidades de atuar para que os impactos não sejam tão grandes e o saldo final seja positivo - frisou Sabino.

O diretor de Relações Institucionais da LLX, Marcos Faustini, explicou que a obra conta com uma área de 90km² de Área de Preservação Permanente. A previsão para o início da operação do porto é em 2013 e o primeiro embarque de minério de ferro será feito no segundo semestre do mesmo ano.

Segundo Faustini, as obras continuarão, e a estimativa é que até 2026, ano

que o complexo estará finalizado, de acordo com cronograma da LLX, é que sejam gerados cerca de 80 mil empregos. Atualmente, a obra emprega 3 mil funcionários, sendo 50% deles moradores do município.

- Nossa meta é chegar em 2026 com 70 mil pessoas trabalhando no Superporto - apontou

Faustini.

Os alunos passaram por Rio das Ostras, Macaé, Campos e São João da Barra. Em Macaé, observaram o impacto da atuação da Petrobras no município, tais como a explosão demográfica e a atração de empresas ligadas ao ramo petrolífero. Da mesma maneira, em Rio das Ostras, os alunos constataram a criação de uma área de especial interesse de negócios, voltada para a prospecção de novas empresas para atuar na cidade, vizinha a Macaé.

Os alunos do curso da Uerj verificaram, durante a visita, que o conceito do empreendimento é diferenciado: São João da Barra ganhará um "porto indústria". Será um complexo com várias empresas de todo o mundo, operando de forma sinérgica. Indústrias automobilísticas, termoelétricas, siderúrgicas, unidade de tratamento e armazenagem de petróleo trarão uma integração total entre diferentes atividades.

O porto está localizado estrategicamente e atenderá especialmente as regiões Sudeste e Centro-oeste, num corredor logístico de 43 km de comprimento, que ligará o complexo industrial a rodovias e ferrovias. O complexo processará minério de ferro, carvão, petróleo e gás, produtos siderúrgicos, energia, entre outros. Esse é o maior investimento de estrutura portuária do país.






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