A grande concentração da movimentação de cargas pelas rodovias brasileiras é um processo que vem incomodando o governo federal. A meta, conforme o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Herbert Drummond, é aumentar a utilização dos modais hidroviário e ferroviário para mudar esse cenário de dependência dos caminhões.
O gestor público admite que é do conhecimento de todos que a matriz logística brasileira possui uma deformação. Conforme os dados que fazem parte do Plano Nacional de Logística e Transportes, em 2011 o modal rodoviário concentrava 52% da matriz de transporte de cargas, o ferroviário 30%, a cabotagem 8%, e o hidroviário e dutoviário, cada um, absorvia apenas 5%.
O secretário de política dos transportes atribui essas características a questões históricas e culturais. Essa predominância das rodovias é considerada por ele o maior gargalo a ser solucionado. "Temos que mudar a matriz", defende. Conforme Drummond, o governo federal está trabalhando nessa linha, buscando privilegiar os investimentos ferroviários para alcançar um equilíbrio.
Drummond acrescenta que também não se pode esquecer as hidrovias, alternativa que deverá ser mais utilizada futuramente. Sobre qual seria a participação ideal de cada modal, Drummond observa que essa questão depende muito das condições do mercado. "É o empresariado que vai definir a escolha por qual opção de transporte", aponta.
Indagado sobre a necessidade de aumentar a malha férrea nacional, Drummond frisa que as empresas brasileiras de engenharia possuem o know-how para enfrentar os desafios dessas obras. O secretário argumenta que o local e o começo de um empreendimento dessa natureza dependem de vários fatores, sendo que o principal deles é a necessidade do escoamento da produção, o que passa por um porto marítimo. Dentro desse contexto, Drummond considera o porto do Rio Grande como um dos polos mais importantes do Brasil quanto à movimentação de cargas.
"Certamente, a região será contemplada (com uma nova ferrovia, como é o caso da projetada extensão da Norte-Sul), não sei dizer se agora ou depois, mas esse processo é de médio para longo prazo", comenta o secretário. Drummond também destaca que o Ministério dos Transportes está trabalhando com planejamento e orçamento, que para este ano é de aproximadamente R$ 15 bilhões. Contudo, devido a uma parte estar contingenciada, o montante de recursos caiu para cerca de R$ 10 bilhões.
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