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Grãos e outra cargas impulsionam investimentos privados no Porto de Itaqui

O Porto do Itaqui, no Maranhão, vai anunciar até o fim do ano um pacote de investimentos em infraestrutura da ordem de R$ 500 milhões para próximos três anos, que será realizado com recursos próprios. Impulsionado pela exportação de grãos da região Matopiba — fronteira agrícola que inclui partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — e pelo transporte de granéis líquidos, o porto vive um boom de investimentos do setor privado.

Após concluir a aquisição da empresa de logística CLI do grupo dono da Coteminas, em um negócio que envolveu aproximadamente US$ 240 milhões em dívida e equity um ano atrás, o fundo IG4 já iniciou os estudos para a terceira fase do Tegram, terminal de grãos operado pela empresa. A estimativa é de que o investimento some em torno de R$ 600 milhões e comece a funcionar em um prazo de até cinco anos, acrescentando um total de até 6 milhões de toneladas à capacidade atual de 15 milhões do Tegram.


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“Poderá ser um investimento em armazenagem, ou um novo berço, ou ambos”, disse o diretor de operações da CLI, Marcos Pepe Bertoni.

Itaqui deve encerrar este ano com crescimento de 20% no volume de cargas transportadas, ultrapassando o recorde do ano passado, de R$ 31 milhões de toneladas, diz Ted Lago, presidente do Porto.

O segmento de granéis sólidos, representado pelos grãos da região do Matopiba, representa 63% do volume. A região é grande produtora de soja, milho e algodão.
A carga restante que circula em Itaqui é basicamente composta por combustíveis e fertilizantes.

“Mesmo com a pandemia o ano passado foi de volume recorde para o Porto. Em setembro já transportamos o equivalente a todo ano passado”, afirma Lago.

Entre 2015 e 2021, a empresa administradora de Itaqui, a estatal Emap, investiu R$ 400 milhões na infraestrutura do Porto. O aporte acompanhou mais de R$ 1,6 bilhão de investimentos privados em terminais no mesmo período.

O novo pacote de investimentos por parte do Porto, para o período entre 2022 e 2024, deve incluir um novo berço — espaço onde atracam os navios —, além da recuperação estrutural do cais e modernização dos terminais de ferryboats. Com os investimentos, Itaqui deve alcançar capacidade de movimentar 40 milhões de toneladas ao ano até 2025.

Segundo estimativas da companhia nacional de abastecimento (Conab), a área plantada no Matobipa chegará a 8,4 milhões de hectares na safra 2021/2022, 2,6% a mais do que em 2020/2021. A produção deve chegar a 28,2 milhões de toneladas, aumento de 3,8%, na mesma comparação.

O crescimento do agronegócio na região esperado para os próximos anos se soma à expectativa de melhoria nas condições abastecimento dos terminais. Segundo Lago, os investimentos privados que estão sendo desenhados hoje vislumbram a conclusão das obras da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, mais conhecida como FICO, que estão em fase inicial. O empreendimento vai ligar as cidades de Mara Rosa, em Goiás, a Água Boa, no Estado do Mato Grosso.

Lago diz que a FICO permitirá o transporte de 6 milhões a 8 milhões de toneladas de carga para Itaqui. Na região Norte o porto é o único já diretamente conectado a uma ferrovia, a Norte e Sul. O empreendimento também está ligado a um trecho da Transnordestina.

Além dos R$ 600 milhões que devem ser aportados pelo IG4 no Tegram, estão confirmados mais R$ 800 milhões de investimento do setor privado. São os quatro terminais de granéis líquidos já leiloados — três deles operados pela Santos Brasil.

Fora isso, com o vencimento da concessão de terminal de granéis líquidos da Petrobras, um novo leilão está previsto para ser realizado no segundo semestre do próximo ano. A expectativa é de que a nova empresa a assumir a concessão — que poderá ser novamente a petrolífera — invista em torno de R$ 300 milhões no terminal.

Fonte: Valor






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