O ministro dos Portos, Helder Barbalho, assinou na última quinta-feira (3) dois termos aditivos a contratos para exploração de terminais firmados com a Hidrovias do Brasil (HBSA), o que permitirá o aporte de mais R$ 167 milhões nas instalações públicas que a empresa está construindo em Vila do Conde, em Barcarena, e no distrito de Miritituba, em Itaituba, ambas no Pará.
Com a medida, o estado terá o maior complexo portuário para escoamento de grãos da Região Centro-Oeste, reforçando o papel dos terminais da Região Norte no embarque dessas cargas. Atualmente, Santos responde pela maior parte dos carregamentos dos grãos produzidos nessa parte do País.
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Considerando esse aporte, a HBSA investirá um total de R$ 872 milhões em seu complexo portuário. Segundo o ministro Helder Barbalho, “o governo está construindo um ambiente favorável ao investimento”.
Ministro apresentou planos de investimento para o setor portuário brasileiro em seminário em Belém
A assinatura dos aditivos contratuais e o anúncio da ampliação do projeto ocorreram durante o seminário Setor Portuário: Desafios e Oportunidades, ocorrido na manhã de ontem, em Belém (PA). O objetivo do evento foi apresentar a empresários a carteira de investimentos da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), especialmente os seis terminais projetados para o Pará, empreendimentos que serão leiloados no próximo dia 31, na BM&FBovespa, em São Paulo.
“Essa agenda de licitação de portos é uma oportunidade singular para a economia do Pará”, afirmou o ministro durante sua palestra no seminário. “É importante que essas oportunidades também possam ser abraçadas por empresários locais”.
Com os novos investimentos, “o Pará se fortalece como a mais competitiva rota logística para escoar a safra de produtores da Região Centro-Oeste”, informou, em nota, a SEP. Para o ministro Helder Barbalho, “a alternativa do Arco Norte está consolidada e é seguramente o caminho para o desenvolvimento da nossa economia”. E completou: “Crise no setor portuário não existe, e particularmente no Pará. O movimento é de crescimento continuado”.
Segundo especialistas em logística, o caminho natural para o escoamento dos grãos do Centro–Oeste é pelos portos do Norte, principalmente pela menor distância, o que garante um menor custo logístico, em comparação à operação realizada por Santos, mais distante dessa região. Mas a opção pelo Norte depende de investimentos em rodovias e ferrovias ligando as zonas produtoras e os terminais de embarque marítimo.
Pará
Em sua apresentação no seminário, Helder Barbalho anunciou que Miritituba foi o porto que mais cresceu no estado, com uma alta de 24,9% na movimentação de cargas entre 2010 e 2015, bem mais do que o percentual de aumento da Região Norte, de 14,3%.
Em seguida, o ministro enfatizou a necessidade de integração dos portos com os modais ferroviário, hidroviário e rodoviário. “Estou na atividade portuária mas tenho feito todos os esforços para que essas ações sejam concretizadas”, disse o titular da SEP, mostrando um mapa destacando os diversos modais cortando o Pará. Um dos exemplos citados é o da ferrovia Lucas do Rio Verde (MT)-Miritituba (PA).
“Estamos realizando seis leilões agora e vamos prosseguir logo depois com mais 20 áreas, 14 delas no Estado do Pará. Portanto, o Arco Norte colocará o Pará em protagonismo”, frisou o ministro.
Fonte: A Tribuna online