Mal saiu do papel, a Hidrovias do Brasil, empresa de operações logísticas, já pensa em preparar uma oferta de ações. A Hidrovias solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro inicial de companhia aberta.
Criada em agosto do ano passado pela gestora de fundos de participações Pátria e pela empresa de engenharia Promon, a companhia está em estágio pré-operacional e prepara uma oferta de ações no futuro, não necessariamente no curto prazo.
O projeto está sendo desenvolvido pela P2 Brasil, gestora lançada pelo Pátria e pela Promon para investimentos em infraestrutura. O fundo, que pode chegar a US$ 1 bilhão, já fez um aporte inicial de R$ 100 milhões na Hidrovias do Brasil.
Apesar de não ser comum para um fundo de participações iniciar uma companhia do zero, esse é um modelo que o Pátria vem usando em outros investimentos, como na Companhia de Investimentos em Serviços Diagnósticos, que marca o retorno da gestora à área de saúde depois da saída da Dasa.
Mesmo sendo uma empresa em fase pré-operacional, o Valor apurou que a Hidrovias do Brasil já fez seu primeiro investimento no exterior. Em dezembro, o fundo aprovou a compra de um terminal de grãos na Zona Franca de Nueva Palmira, que é o segundo maior porto do Uruguai, atrás de Montevidéu, e tem saída para o rio Uruguai. O projeto pertencia a um grupo local, o Christophersen.
Segundo o Valor apurou, o terminal terá uma capacidade anual de movimentação de 1,5 milhão de toneladas de grãos como soja, trigo e milho, incluindo seus derivados. Poderá, porém, alcançar até 3,5 milhões de toneladas com a logística também de minérios.
No comando da Hidrovias está o engenheiro Bruno Pessoa Serapião, executivo que até abril do ano passado estava no braço de transportes da multinacional GE. Também passou pela América Latina Logística (ALL).
Procurado pela reportagem, o Pátria confirmou o investimento na Hidrovias do Brasil, mas informou que não comenta sua política de investimentos.
Esse é o segundo aporte da P2. No ano passado, o fundo comprou 97% da NovaAgri, empresa de armazenagem e escoamento agrícola que pertencia a outro fundo de private equity, da gestora AG Angra.
Outros fundos de participações em empresas já investiram em projetos portuários. Em janeiro, o Advent comprou 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) por R$ 835 milhões. A BRZ, gestora da GP Investimentos, também desenvolveu no porto de Itapoá, em Santa Catarina, um terminal de contêineres.
Fonte: Valor Econômico/Carolina Mandl e Ana Paula Ragazzi | De São Paulo
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