Países asiáticos são grandes fornecedores com destaque à China, que responde por 40%
Foco das importações são máquinas para indústrias. Segmento aproveita moeda favorável para ampliar capacidade de produção
As importações mato-grossenses, via Porto Seco, mantiveram o ritmo de crescimento do segundo semestre de 2010 e encerraram fevereiro com expansão de 192,33% em relação a igual mês do ano passado. Levantamento da Gerência de Logística da Estação Aduaneira do Interior (Eadi), no Distrito Industrial de Cuiabá, apontam que as compras no mês passado saltaram para US$ 12,84 milhões, contra US$ 4,39 milhões em fevereiro do ano anterior. No bimestre, as compras tiveram incremento de 85,13%, avançando de US$ 13,21 milhões para US$ 24,46 milhões. Máquinas para a indústria, pneus, peças e matéria-prima para a indústria plástica e fabricação de transformadores são os produtos mais procurados pelos importadores mato-grossenses este ano.
Segundo o gerente de Logística da aduana, Elton Erthal, os asiáticos são os principais fornecedores de Mato Grosso, com destaque para a China, que responde por cerca de 40% das vendas, seguido da Coréia e Tailândia. Estados Unidos e Itália também se destacam na lista dos exportadores. (Veja quadro)
Ele informou que as importações este ano estão sendo sustentadas principalmente pelo câmbio, onde o real mantém a sua valorização perante o dólar. A estabilidade econômica, o bom desempenho do agronegócio no Estado e a chegada de novos investimentos no setor industrial também são fatores que estimulam o aumento das importações. “O desempenho nos últimos meses está sendo ótimo e os números por si só comprovam isto”, afirmou Elton. Para ele, a chegada de novas indústrias demanda mais importação de equipamentos, “assim como os preços das commodities, que estimulam novos investimentos e renovação da frota”.
O resultado do segundo bimestre confirmou a recuperação das importações, após um bom segundo semestre em 2010, com expansão de 181,50%. No ano, as importações avançaram 19,09% em relação a 2009, passando de US$ 197,07 milhões para US$ 234,69 milhões, apesar da queda no primeiro semestre do ano, motivada principalmente pela baixa importação de defensivos agrícolas. “Se o primeiro semestre fosse equivalente, o resultado de 2010 poderia ter sido melhor, pois a economia se mantém estável e o dólar baixo continua estimulando os importadores”.
A tendência das importações para 2011 é crescer entre 20% a 30% em relação ao ano passado, com previsão de mais produtos importados no agroquímico. Na avaliação do gerente de Logística, se o câmbio continuar no atual patamar, a tendência é de que as importações continuem aquecidas. “De uma forma geral, os importadores mato-grossenses têm demonstrado interesse em comprar através do Porto Seco e estão conseguindo bons resultados”.
BENEFÍCIOS - Entre as vantagens de se utilizar o Porto Seco, Elton destaca a desburocratização das operações, que começam na parte de documentação e vão até o tempo e prazo menores para a chegada das mercadorias nos destinos. Todo o trâmite aduaneiro e o desembaraço da documentação tanto para importação quanto para exportação, são feitos no próprio Estado, facilitando o procedimento para as empresas que querem vender ou comprar. O importador pode também fazer o acompanhamento de todo o processo até a saída da carga sem a burocracia que, normalmente, acaba desestimulando o operador.
EXPORTAÇÕES – O Porto Seco está viabilizando algumas exportações via Paranaguá (PR), como teca, algodão e couro. Mas, via aduana, não está se conseguindo devido a uma série de fatores, como conciliar os contêineres que chegam com importação, para voltar com produtos exportados. “Mas estamos trabalhando para viabilizar isso”, disse.
Fonte: Diário de Cuiabá/MARCONDES MACIEL
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