Alguns dizem que as idas e vindas da presidente Dilma parecem negociações ou concessões, mas, na verdade, mostram insegurança. A medida provisória (MP) dos médicos foi abortada após enorme desgaste junto à classe e à opinião pública. A idéia da Assembléia Constituinte, extinta 24 horas após, foi o auge desse incerteza, que chega a parecer desgoverno.

O risco de vetos, pelo Congresso, pode desgastar ainda mais a imagem da presidente da República. Se as manifestações de rua geram um clima de tensão em todos os governos, a presidente Dilma tem dado sua contribuição ao descontrole.

No caso da MP dos Portos, itens negociados por seus porta-vozes foram vetados pela presidente, o que é absurdo. Vejam um dos efeitos inacreditáveis da agora Lei 12.815: os novos terminais podem contratar pessoal onde quiserem, pela CLT. Os terminais existentes não só continuam obrigados a usar avulsos sindicalizados, como tiveram essa obrigação estendida de pessoal de bordo – estiva – para pessoal de terra – capatazia. Como diria Alice Tamboridenguy, “isso é uma loucura”; tanto é que terminais antigos já teriam obtido liminares para se equiparar aos novos e contratar gente no mercado, fugindo à injusta.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta

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