A política comercial de Donald Trump, marcada pela possibilidade de tarifas de importação abrangentes, está criando incertezas para os transportadores americanos. Após sua posse, Trump mencionou a intenção de aplicar tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá, sem avançar imediatamente com tarifas de até 60% sobre produtos da China e 10-20% do restante do mundo. A decisão foi adiada para a realização de investigações sobre déficits comerciais, práticas desleais e manipulação cambial.
Peter Sand, analista da Xeneta, destacou que a imprevisibilidade das tarifas prejudica o gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos, com possíveis aumentos nas taxas de frete, como ocorreu em 2018, quando tarifas elevadas fizeram as taxas de transporte entre China e Costa Oeste dos EUA subirem 70%. Hoje, as taxas spot nesse trajeto estão 29% mais altas que há um ano, refletindo o impacto de conflitos geopolíticos no Mar Vermelho.
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A possibilidade de tarifas gerais contra a China ou o mundo simultaneamente pode gerar um aumento histórico nas taxas de frete, enquanto um cessar-fogo entre Israel e Hamas pode aliviar o mercado, embora a situação permaneça incerta. Em resposta, transportadores consideram medidas de curto prazo, como a formação de estoques, e estratégias de longo prazo, incluindo a migração da cadeia de suprimentos da China para outras regiões, dependendo da evolução da guerra comercial.