A meta para este ano, que contabiliza incremento de 73%, sobre o 1,7 milhão de toneladas movimentadas em igual período de 2009, é de três milhões de toneladas no Pecém
A ligação entre os modais de transporte é um dos desafios do novo governo, para ampliar as exportações do País
Em meio à demora e à burocracia no desembaraço do fluxo de cargas nos portos brasileiros, que nas últimas semanas geraram filas para atracação de navios nos portos cearenses, do Pecém e do Mucuripe, o ministro do Portos, Pedro Brito, declarou ontem, que o problema perpassa a deficiência exclusiva dos terminais portuários e atinge a todos os modais de transporte. "A integração intermodal é o grande desafio. A integração precisa avançar", defendeu o ministro, durante solenidade de encerramento do V Seminário SEP de Logística, realizado nos últimos três dias em Fortaleza.
Ao fazer uma análise regional dos principais portos do Nordeste, Pedro Brito disse que o incremento em investimentos em logística e infraestrutura são a única saída para se evitar "um apagão" no sistema portuário, que vem sendo cada vez mais demandado, diante da expansão das exportações e da economia nacional. "Uma das formas, inclusive, de se reduzir as diferenças regionais está nos investimentos e em um olhar profissional em logística", alertou.
Especificamente em relação aos gargalos enfrentados no Porto do Mucuripe, Pedro Brito disse que investimentos de R$ 100 milhões em uma nova linha férrea, interligando o terminal ao Acarape, e a construção da estrada que irá ligar a Ponte da Sabiaguaba e ao prolongamento da CE - 040, interligando ao anel viário, são obras necessárias para ampliar a dinâmica do porto. Segundo ele, essas obras são essenciais para que o Porto do Mucuripe tenha acesso compatível com o novo terminal de passageiros, cuja licitação foi anunciada para março de 2011.
Quanto ao porto do Pecém, ele informa que cerca de R$ 500 milhões estão sendo investidos, no prolongamento dos molhes (espigões), na construção de mais dois berços de atracação e de esteiras carregadoras e, futuramente, de mais uma ponte. "Isso irá desafogar o fluxo de cargas", avalia o ministro. Ele falou que tais obras serão inauguradas pelo governador Cid Gomes, em fevereiro de 2011.
AMPLIAÇÃO CONTÍNUA
Pecém movimentou 2,8 mi de toneladas até novembro
O fluxo de cargas no Pecém cresceu neste ano puxado pelas exportações de minério, alumínio e combustíveis
Mesmo com problemas no fluxo de cargas, o que vem gerando críticas por parte de fruticultores cearenses, o Porto do Pecém segue ampliando a movimentação de navios e registrou 2,8 milhões de toneladas de mercadorias, até novembro último. A meta para este ano, que contabiliza incremento de 73%, sobre o 1,7 milhão de toneladas movimentadas em igual período de 2009, são três milhões de toneladas. No transporte de longo curso foram movimentadas 2,2 milhões toneladas, segundo informa o presidente da CearáPortos, Erasmo Pitombeira.
Já no transporte de cabotagem, - entre portos brasileiros,- foram movimentadas 635 mil toneladas, de janeiro a novembro últimos. Somente no mês de novembro passado foram transportadas através do Pecém, 427 mil toneladas de mercadorias, sendo 318 mil de longo curso e 108 mil de cabotagem. "Não podemos mais ter filas nos portos para produtos perecíveis. Precisamos de melhor gestão no porto", reclamou o presidente da Câmara de Fruticultura do Ceará, Sérgio Broc. De acordo com ele, faltam tecnologia da informação e maior comunicação entre os exportadores, o porto, a Receita Federal, Anvisa e as entidades fitossanitárias.
Problema semelhante ocorre no Porto do Mucuripe e demais portos do País. A solução, aposta Pedro Brito, virá com a aplicação do plano estratégico do setor, para os próximos vinte anos, encomendado pela Secretaria dos Portos.
Fonte: Diário do Nordete (CE)CARLOS EUGÊNIO
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