A Intermarítima Terminais, operador logístico presente nos principais portos da Bahia, é o mais novo sócio do Tecon Salvador, terminal de contêineres controlado pela Wilson, Sons na capital baiana. A Intermarítima exerceu opção para comprar, por R$ 11,2 milhões, 7,5% das ações ordinárias do Tecon Salvador. As duas empresas analisam explorar de forma conjunta outras oportunidades de negócios na área portuária no Estado.
A parceria entre a Wilson, Sons e a Intermarítima no Tecon Salvador foi possível depois que o terminal foi autorizado, em setembro de 2010, a expandir-se para uma área contígua à qual está instalado no porto de Salvador. O aditivo ao contrato de concessão garantiu mais 44 mil m2 ao Tecon Salvador, aumento de cerca de 60% em relação ao terreno atual. No total, o terminal passa a ter 118 mil metros quadrados de área.
No projeto de expansão, serão investidos R$ 150 milhões em obras de reforço de cais, pavimentação de retroárea e compra de equipamentos, os quais foram comprados da chinesa ZPMC e deverão chegar ao terminal até o fim do ano. Outros R$ 25 milhões foram pagos pelo arrendamento da nova área à Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), a autoridade portuária baiana.
Felipe Gutterres, diretor financeiro da Wilson Sons, disse que a venda de uma participação acionária no Tecon Salvador para a Intermarítima se justificou pois o grupo precisava de um parceiro com conhecimento do mercado baiano para ajudar a angariar carga para Salvador. "A Intermarítima tem experiência em granel, carga geral e contêiner", disse Gutterrez. Segundo ele, com a expansão o Tecon Salvador vai dobrar a capacidade de movimentação que sairá dos atuais 300 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés) por ano para cerca de 600 mil TEUs anuais.
As obras no Tecon Salvador estão em andamento e a expectativa é de que, a partir do primeiro trimestre de 2012, o terminal comece a operar dentro da nova capacidade. A Wilson, Sons está estruturando o financiamento para garantir os recursos para a expansão e, entre as fontes em estudo, estão o BNDES e agências internacionais de desenvolvimento como o IFC, braço do Banco do Mundial de apoio ao setor privado. Depois de a Wilson, Sons ganhar a concessão do Tecon Salvador, em 2000, o IFC comprou 10% de participação do terminal.
Em 2008, já em meio às discussões sobre a expansão, a companhia recomprou as ações do IFC no Tecon. Agora parte dessas ações foram repassadas à Intermarítima. Roberto Oliva, diretor-presidente da empresa, disse que a parceria com a Wilson, Sons é mais ampla do que a compra de uma participação acionária no Tecon Salvador. "A ideia é ver oportunidades de forma conjunta na área portuária no Estado", afirmou. Em 2000, a Intermarítima chegou a se habilitar para a licitação do terminal de contêineres de Salvador, mas não fez proposta. A concorrência foi ganha pela Wilson, Sons. Na Bahia, a Intermarítima opera nos portos de Salvador, Aratu e Ilhéus.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio
PUBLICIDADE