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Investimentos no transporte fluvial

Apresentei no mês passado no Senado Federal, uma proposta de emenda à Constituição para incrementar o setor de transporte. A ideia básica é criar um patamar mínimo de investimento de meio por cento do Produto Interno Bruto para infraestrutura de transporte em nosso país. Vivemos, hoje, uma realidade de falta de eficiência e também de custo alto no setor de transporte. A falta de segurança nas nossas rodovias também assusta e é resultado de uma infraestrutura deficiente. Muitos acidentes ocorrem devido à imprudência e imperícia, mas, mesmo assim, uma grande parcela desses eventos poderia ser evitada com melhoria da infraestrutura de transportes, das rodovias.

É preciso investir em meios de transporte que desafoguem as vias mais usadas atualmente. No caso de Rondônia, é preciso investir com intensidade também na implantação de portos e infraestrutura para o transporte fluvial. Rondônia tem uma extensa rede fluvial. São cerca de seis mil quilômetros de cursos de águas navegáveis em grandes rios. O rio Madeira, com mais de 1.700 quilômetros de extensão, pode ser navegado por embarcações de grande calado, pois tem uma profundidade média de treze metros.

O Madeira é um exemplo do potencial hidroviário bem explorado economicamente, mas precisamos melhorar a infraestrutura para potencializar seu uso. Diariamente, grandes cargas de combustíveis, grãos, produtos de estação vegetal e manufaturados circulam entre Porto Velho e Manaus. A facilidade de transporte no rio Madeira apresenta uma verdadeira ligação direta de Rondônia com o oceano Atlântico.

O rio Guaporé, em todo o seu percurso, forma a linha divisória entre o Brasil e a Bolívia e apresenta condições de navegabilidade para embarcações de pequeno e médio calados e liga diretamente Rondônia com o Mato Grosso. O rio Mamoré também permite o tráfego fluvial a embarcações de médio calado em qualquer época do ano. O rio Abunã também é de grande importância, por se constituir na linha divisória dos limites internacionais Brasil/Bolívia. Além desses, temos os rios Ji-Paraná e o rio Roosevelt, entre outros que formam a rede hídrica do Estado com potencial para navegação.

Portanto, falta faltam investimentos na infraestrutura fluvial, com novos portos nas regiões de Calama, São Carlos do Jamari, Cai n’Água, em Porto Velho, em Guajará Mirim, em Costa Marques, em Pimenteiras, em Surpresa e em diversas outras localidades interligadas por essa imensidão de canais fluviais. Canais fluviais que são um presente recebido pelo Estado de Rondônia pela mãe Natureza. Temos uma grande população rural e ribeirinha que ganhará muito com a implantação desses portos. Temos uma população indígena que será muito beneficiada com essa infraestrutura, facilitando o deslocamento de pessoas e bens, facilitando a vida de milhares de pessoas. Portanto, o Estado precisa de uma política de transporte que contemple todos os modais, mas que olhe especialmente para o transporte fluvial, há muito carece de atenção.

Fonte: Diário da Amazônia/ACIR GURGACZ

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