A Localfrio, companhia especializada na atuação de retroporto, planeja se tornar um dos maiores grupos de operação logística de contêineres do país no médio prazo e para isso precisa de uma saída para o mar. Nos últimos anos a empresa vem se preparando para alcançar a meta baseada em três diretrizes: crescimento alavancado, lastreado mais em aquisição de ativos do que na expansão orgânica; consolidação da governança corporativa e da gestão; e preparação para abrir o capital até 2015, quando projeta ter uma receita de aproximadamente R$ 500 milhões - num cenário conservador.
"O setor portuário tem muito potencial de crescimento e que vai se consolidar. E a Localfrio quer ser um grande consolidador, por isso estamos fazendo esse movimento já vislumbrando o futuro", diz o presidente do grupo, Marcelo Orpinelli, à frente da empresa desde 2009, quando recebeu do conselho a missão de dobrar a receita da empresa em cinco anos.
Há dois anos, o faturamento da companhia foi de R$ 167 milhões. Neste exercício, deve fechar em R$ 320 milhões, principalmente em razão da compra de quatro companhias em 2010. Com mais uma aquisição, já dobraria de tamanho - antecipando a meta estabelecida pelos acionistas.
A empresa conta com instalações de armazenagem na retaguarda em Guarujá (SP), Itajaí (SC), Suape (PE), empresas de transporte rodoviário que fazem a distribuição dos contêineres, além de duas unidades de armazenagem de cargas secas e resfriadas na cidade de São Paulo.
No ano passado, adquiriu quatro empresas, o que deu outra dimensão ao grupo. Falta, porém, a tão sonhada saída para o mar. "A nossa vocação é a retroárea. Nós queremos ir para água? Queremos, e estamos trabalhando para isso. Para tanto, participaremos de licitações de novos portos, novos cais", diz Orpinelli, sem destacar uma região específica. Questionado, ele pontua, porém, que faria todo sentido ter uma área em um porto onde está presente com uma das unidades de retaguarda. "Cria-se sinergia muito grande, claro."
De acordo com o executivo, a possibilidade de crescimento no cenário em que o operador controla a cadeia de porto e retroporto chega a ser 50% superior.
Os planos de crescimento não contemplam fusões ou parceiros privados. "Vamos crescer sozinhos. Somos compradores e não vendedores", afirma. Sobre a opção por apostar mais na compra de ativos, o executivo diz: "Os riscos também são maiores, mas estamos com o pé no chão. O grupo é extremamente capitalizado, seguro". O nível de endividamento da companhia sempre foi baixo, aumentou com a emissão de debêntures para adquirir as companhias em 2010. A movimentação de volumes deve crescer 20% neste ano.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de São Paulo
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