Os terminais portuários e terrestres, usados para captar e armazenar carga que depois pode ser transportada por caminhão, trem e navio, tendem a ganhar mais espaço nos negócios da Log-In Logística Intermodal. A empresa analisa investir cerca de R$ 200 milhões para construir um porto em Manaus (AM) e está desembolsando R$ 118 milhões para expandir os terminais terrestres que possui em Camaçari (BA) e em Paulínia (SP), além do Terminal portuário de Vila Velha (TVV), no Espírito Santo. Log-In, cujo maior acionista é a Vale, também planeja operar um novo centro de distribuição em Santa Catarina.
O crescimento da área de terminais da Log-In está dentro do modelo de fazer o transporte "porta a porta" para os clientes. Nesse conceito, ter terminais próprios, inclusive nos portos, é importante para garantir regularidade e eficiência nos serviços de navegação. É na navegação de cabotagem, na costa brasileira, que a Log-In obtém a maior parte de sua receita. É também nessa atividade que tem aprovado o seu maior plano de investimentos - R$ 1 bilhão, para construção de sete embarcações, das quais cinco são para transporte de contêineres. As outras duas são graneleiros dedicados à bauxita.
A construção dos navios foi contratada ao Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), no Rio, e o investimento conta com financiamento do Fundo da Marinha Mercante. Os dois primeiros dos cinco navios de contêineres devem entrar em operação em 2011. Na segunda-feira, foi lançado ao mar no Eisa o segundo navio de contêineres (o primeiro foi lançado em maio). Em 2013, quando se prevê que os cinco porta-contêineres tenham sido entregues, a Log-In terá elevado em 300% a capacidade nominal da frota de navios em relação a 2007, quando listou ações na Bovespa. Hoje a maior parte da sua frota é afretada.
Vital Jorge Lopes, presidente da Log-In, disse que, ao desenvolver soluções logísticas, a companhia quer ser, como o próprio nome indica, uma empresa de logística intermodal e não só uma companhia de navegação. Esse negócio, no segundo trimestre respondeu por quase 70% da receita. As operações do TVV, única instalação portuária própria para movimentar contêineres, representaram 23%. Serviços de logística, incluindo operações ferroviárias, ficaram com 8,3%.
O TVV passa por expansão com investimento total de R$ 65 milhões. Na Bahia, o Terminal de Camaçari (Tercam) recebe investimentos de R$ 22 milhões. E em Paulínia o plano é investir R$ 21 milhões. A participação da área de terminais na receita da Log-In tende a crescer se a empresa for bem-sucedida na construção de novos terminais. O projeto mais adiantado é do Terminal das Lajes, em Manaus. A ideia é desenvolver o porto em parceria com o grupo Simões, que é dono do terreno. O projeto tem custo estimado de R$ 200 milhões e será controlado pela Log-In, com 70%. Os 30% restantes cabem ao grupo Simões.
Lopes disse que não há impeditivo para construir o terminal. O que existe, segundo ele, é uma solicitação de tombamento da área onde seria instalado o porto pelo fato do terreno estar situado próximo ao encontro das águas, na confluência dos rios Negro e Solimões. No mercado, há quem entenda que o projeto é de difícil execução. Ele discorda: "Nossos estudos levam a crer que teremos sucesso na instalação desse terminal." Outro projeto potencial de porto está em Aratu (BA), ainda sem definição. Foi firmado memorando de estudos com Braskem e Terminal Químico de Aratu, ligado à Ultrapar.
(Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio)
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