Apesar da queda de 93% no lucro líquido no primeiro trimestre, para cerca de R$ 1 milhão, a Tegma não surpreendeu os analistas, que já contavam com um resultado fraco no período e margens pressionadas na divisão de logística integrada - principal foco dos questionamentos de analistas em teleconferência.
Se a receita bruta do segmento de logística automotiva aumentou 19,2% nos primeiros três meses do ano, para R$ 352,5 milhões, a área de logística integrada atuou na direção oposta e mostrou queda de 10% do faturamento, para R$ 114,9 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da divisão de logística integrada despencou, ao recuar 296,5% e ficar negativo em R$ 17,3 milhões, enquanto a margem caiu 27 pontos percentuais e também ficou negativa, em 18,5%.
O diretor-presidente da Tegma, Gennaro Oddone, afirmou ontem que o segmento deve apresentar melhora no segundo trimestre, mas deixou claro que os números ainda não serão positivos.
O executivo, contudo, já havia dito em novembro que esperava melhora na margem de logística integrada ainda em 2012 e que o indicador deveria ficar acima de 10% no segundo trimestre de 2013. A margem está em trajetória de queda desde o primeiro trimestre do ano passado e passou a ser negativa no período entre outubro e dezembro de 2012.
No início deste ano, a divisão foi pressionada pela queda do faturamento de eletrônicos (-78,5%) e de telecomunicações (-24%), decorrente da descontinuidade de contratos - com a Samsung e a América Móvil -, e pela baixa de 42% no faturamento de armazenagem alfandegada, consequência principalmente de novas regras do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias).
A equipe de análise do Bank of America Merrill Lynch afirmou que o período podia ser considerado um trimestre a ser esquecido. A Brasil Plural disse que os resultados ilustraram perfeitamente a principal preocupação dos investidores: se a divisão de logística integrada reduz o valor do acionista. Isso explica o movimento recente de venda dos papéis.
Apesar dos números fracos, os papéis ordinários da Tegma subiram 3,6% ontem, para R$ 27,55. As ações, contudo, ainda acumulam queda de 20% no ano, o que tem sido visto como um espaço para compra, segundo corretoras.
Fonte: Valor Econômico/Beatriz Cutait | De São Paulo
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