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Mais um porto no ES

Ferrous obtém Licença Prévia para o Projeto Mineroduto. Próximo passo é obter concessão para construir porto de águas profundas no ES

A Ferrous Resources do Brasil obteve a Licença Prévia (LP) para o Projeto Mineroduto, que ligará a mina de Viga, em Congonhas (MG) até o porto que será construído pela empresa em Presidente Kennedy (ES). “A obtenção da LP em tempo recorde, menos de um ano depois da entrega do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), demonstra o nosso compromisso com o rigoroso cumprimento da legislação ambiental e com as questões sociais”, afirma o presidente da Ferrous, Mozart Kraemer Litwinski.

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A obtenção da Licença Prévia do mineroduto é um passo decisivo para a empresa, pois garante a continuidade do seu plano de desenvolvimento, que inclui as minas de ferro, o mineroduto e o porto, de forma integrada. O mineroduto terá aproximadamente 400 quilômetros e passará por 22 municípios (17 em Minas Gerais, 3 no Rio de Janeiro e 2 no Espírito Santo), com capacidade para transportar 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano a partir de 2014.

Após a obtenção da LP, a Ferrous trabalha para obter a Licença de Instalação (LI), que permitirá o início de sua construção. A expectativa é de que isso ocorra até o final do ano.

Porto. A Ferrous deu entrada para obter concessão do porto junto à Antaq em junho e agora aguarda retorno da Agência. A capacidade de escoamento do porto será de 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano a partir de 2014. O investimento no terminal está orçado em R$ 2,7 bilhões. O local escolhido é o litoral sul do Espírito Santo, entre a praia Marobá e a praia das Neves, no município de Presidente Kennedy. Uma das facilidades que o local oferece é o acesso rodoviário, pela rodovia do Sol, a BR-101 e estradas estaduais, tal como a ES-060.

O projeto portuário da Ferrous prevê a construção de terminal em águas profundas para embarque de minério de ferro, planta de filtragem e estruturas administrativas de apoio à operação. A retroárea terá 3,47 milhões de metros, onde serão construídos pátios de estocagem de minério com capacidade para 1,7 milhão de toneladas, prédios administrativos, estação de filtragem, estação de tratamento de água e esgoto, além de estação de energia.

O projeto é offshore e foi dividido em quatro áreas principais. A primeira delas é a ponte de acesso, uma estrutura sobre estacas que avança mar adentro, com aproximadamente cinco quilômetros de extensão por 9,5 metros de largura, ligando a retroárea ao píer de embarque. Sobre a ponte será instalada uma linha de embarque de minério, através de um TCLD (Transportador de Correia de Longa Distância), que seguirá pela ponte até o píer.

A segunda área é o píer, com lâmina d’água atual de 14 a 15 metros. A área do píer será dragada para chegar à profundidade de 21,5 metros. O píer consistirá em uma estrutura perpendicular à ponte de acesso com 522,5 metros de extensão por 23,3 metros de largura, sendo composto por dois berços de atracação instalados em ambos os lados. Terá capacidade de receber navios com capacidade de até 220 mil toneladas com calado de até 21,5 metros.

A terceira área é o canal de navegação, que será dragado. Terá 15 mil metros de extensão, 225 metros de largura e profundidade de 23 metros.

A quarta área é o quebra-mar, em formato de L com aproximadamente 1.090 metros de extensão, 90 metros de largura e altura de 24 metros, o qual protegerá da agitação marítima os navios atracados.

Os principais equipamentos a serem adquiridos serão uma estação de filtragem com capacidade para 25 milhões toneladas/ano, uma empilhadeira de minério, uma recuperadora de minério, uma empilhadeira/recuperadora para o pátio e, no píer, um carregador de navios.

No pico das obras do porto serão necessários 3,5 mil trabalhadores. E durante a operação, 420 trabalhadores.

 

‘Large cape’. O terminal portuário foi projetado para receber navios tipo large cape. A Ferrous destaca que a adequação do porto para operar navios de até 18,4 metros de calado atenderia a mais de 80% da frota mundial de navios tipo capesize.  Com esta configuração, o empreendimento terá condições de receber 94% da frota mundial de navios capesize, garantindo grande competitividade no mercado internacional. O terminal portuário terá capacidade anual de embarque de 25 milhões de toneladas por ano, podendo expandir para 50 milhões de toneladas.

 

Mineroduto. Ao custo de R$ 2,6 bilhões, o mineroduto terá aproximadamente 400 quilômetros e passará por 22 municípios, sendo 17 em Minas Gerais, três no Rio de Janeiro e dois no Espírito Santo. No pico das obras do mineroduto serão necessários quatro mil trabalhadores e durante a operação, 50 trabalhadores.

A empresa destaca que o relacionamento com as comunidades vizinhas ao empreendimento foram diferenciais importantes na elaboração do projeto. Um trabalho aprofundado para refinamento do traçado original, consequência do estágio avançado do estudo geotécnico, propiciou à Ferrous conhecimento detalhado do terreno onde o mineroduto passará, o que resultou em minimização de impactos ambientais e aumento da segurança do projeto, além de uma economia de cerca de 20% em relação ao traçado inicialmente desenhado. A partir dessas informações, a engenharia básica do projeto foi concluída.

“Nós mostramos uma competência diferenciada para conduzir esse projeto, o que se traduziu em vantagem competitiva. Buscamos refinar a engenharia paralelamente ao licenciamento ambiental. Normalmente, isso é feito após a obtenção da LP. Com isso, saltamos dois anos à frente na implantação do projeto, e o órgão ambiental pôde constatar a consistência do nosso trabalho”, comenta André Simão, vice-presidente da Ferrous e líder do projeto mineroduto.

A Ferrous também investiu em um amplo diálogo com as comunidades da área de influência do mineroduto, iniciado muito antes da aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Mais de 70 reuniões foram realizadas nos diversos municípios, ao longo de seis meses, para que os moradores conhecessem amplamente a empresa e o projeto, expondo dúvidas e propondo soluções com vistas ao desenvolvimento sustentável da região.

A Ferrous contratou jovens da comunidade para promover o diálogo com os moradores da região sobre a empresa e sobre o mineroduto. Os jovens foram inseridos no “Programa de Formação de Agentes Sociais”, que os preparou para a atuação local.

A Ferrous também fez parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) para um diagnóstico socioeconômico de todas as famílias cujas propriedades fazem parte do traçado do mineroduto. Com o estudo, a empresa pôde conhecer de forma aprofundada as características e necessidades de cada família, e sistematizar os dados em um Índice de Vulnerabilidade Familiar. As famílias em situação de maior vulnerabilidade são assistidas por um grupo interdisciplinar, formado por sociólogo, psicólogo, pedagogo e agrônomo, contratados pela Ferrous. O objetivo do trabalho é que as eventuais mudanças provocadas pelo projeto do mineroduto resultem em possibilidades de ascensão socioeconômica e cultural das famílias, de acordo com as diretrizes do Banco Mundial e do International Finance Corporation (IFC).



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