Chegou ao Brasil na sexta-feira (25) a embarcação Yuan Dong 007, que fará a derrocagem (desmonte) parcial das pedras Teffé e Itapema, localizadas respectivamente na margem direita e esquerda do porto de Santos.
Segundo a administração do porto, o trabalho de derrocagem começa em setembro, e ainda não tem uma data definida. A obra da SEP, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), integra o projeto de aprofundamento do canal de navegação para 15 metros e seu alargamento para 220 metros, também com aporte do governo federal.
Com isso, o Porto poderá receber navios com maior calado, aumentando em até 30% a sua capacidade de movimentação. De acordo com comunicado da administração do porto, para a execução da derrocagem das duas rochas foi contratada a Ster Engenharia (vencedora da Licitação Pública Internacional), pelo valor de R$ 25,5 milhões.
Os trabalhos serão iniciados logo após os testes de detonação pela pedra de Teffé. A previsão é de que a obra dure em aproximadamente dois meses (inicialmente estava programada para 18 meses) e seja retirado um volume de 31,3 mil m³, sendo 20,1 mil m³ da Teffé e 11,2 mil m³ da Itapema. A perfuratriz Yuan Dong 007, de origem chinesa, foi construída especialmente para este tipo de atividade.
Com 100,86 m de comprimento e 17,6m de largura, possui dez torres de perfuração capazes de suportar uma coluna de perfuração de 28m de comprimento, com uma guia para o revestimento do furo. O navio é equipado ainda com um propulsor lateral de proa, seis guinchos de ancora, duas colunas de apoio de trabalho e outras duas auxiliares.
Esses equipamentos permitem a atuação em todo o processo da derrocagem, desde a perfuração da rocha, o carregamento do explosivo até a detonação. O mesmo sistema foi usado na ampliação do Canal do Panamá, na América Central.
A programação dos técnicos da empresa é de que a embarcação Yuan Dong 007 fique em atividade todos os dias da semana, por 24 horas, perfurando as rochas. Porém, as detonações ocorrerão somente em horário pré-determinado.
Durante a preparação de cada detonação, o canal de navegação ficará fechado por um período (janela) de três horas no local da obra. Para informar quem estiver nas imediações do Porto, será utilizada uma sirene.
Cinco minutos antes da detonação serão emitidos seis sinais de 10 segundos cada e um minuto antes da ação mais um sinal de dez segundos, seguido por mais dez de três segundos cada. Após a detonação, será realizada a inspeção da área e em seguida, estando tudo certo, um sinal longo avisará a liberação do canal de navegação.
Para a proteção da fauna existente no canal do Estuário, segundo a administração do porto, será utilizada uma carga suspensa de pequena intensidade antes das detonações. Uma cortina de bolhas ao redor de toda a área de trabalho também será acionada.
O objetivo é reduzir o impacto da pressão hidrodinâmica da detonação, ou seja, controlar a onda de choque gerada.
Fonte: Valor
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