Era para ser a maior refinaria da América Latina, com capacidade para processar 600 mil barris diários de petróleo. Entretanto, cinco anos e mais de R$ 2,1 bilhões depois, o destino da Premium I, no Maranhão, foi o mesmo da Premium II -que consumiu R$ 596 milhões da Petrobras.
“O prejuízo é muito maior, mas ainda não foi contabilizado pelos demais setores envolvidos. Muitos empresários aproveitaram o início das obras para comprar terrenos e investir em negócios na região”, afirma em entrevista ao O POVO Edilson Baldez, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). Segundo Baldez, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a própria Petrobras também investiram recursos na capacitação de pessoal.
“A refinaria era expectativa de muitos setores, especialmente para a indústria, pois era o maior projeto do Maranhão. No entanto, mesmo sem mais esclarecimentos por parte da Petrobras, estamos buscando alternativas com o Governo do Estado. Nesta semana mesmo temos uma audiência com o governador para discutir o que vamos fazer”.
Baldez afirma que a área reservada no município de Bacabeira (a 60km de São Luís) é privilegiada, pela proximidade dos portos na Baía de São Marcos e pelas obras em curso para a duplicação da BR-135. “Com certeza haverá outros empreendimentos que compensem, pelo menos em parte”.
Em nota, o Governo do Maranhão afirmou estar “pronto a dialogar com a Petrobras para a retomada de investimentos no Maranhão, sendo sanados os erros técnicos do projeto original”, e que “seguirá trabalhando em sintonia com o Governo Federal para que nosso Estado receba projetos que efetivamente tragam desenvolvimento para todos”.
Já a Prefeitura Municipal de Bacabeira afirmou que “independente do sucesso ou não da refinaria, vinha planejando e aprimorando estratégias que possibilitassem ao município continuar gerando renda, emprego e melhorias de qualidade de vida aos cidadãos, buscando parcerias para atrair investidores”.
Entre os projetos, cita instalação de sites portuários, aeroporto de cargas, distrito industrial, centro logístico, estação rodoferroviária e uma Zona Primária de Exportação. “Se propondo a ser um Centro Regional Educacional e Profissionalizante, Polo Industrial Portuário e Minerador, Centro Logístico e Polo de Apicultura e Aquicultura”. (Flávia Oliveira, Especial para O POVO)
Fonte: O Povo (CE)
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