Os critérios para a determinação do calado operacional dos berços de atracação do Pprto de Santos devem mudar em breve. Nesta quarta-feira (10), a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) vai apresentar à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) sugestões para alterar o cálculo da profundidade que um navio pode alcançar quando estiver atracado no cais santista.
Essa mudança será realizada devido a questionamentos de terminais portuários com relação às atuais regras de definição do calado dos berços. As manifestações das empresas ocorreram na última reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos.
As alterações no cálculo do calado – a medida vertical da parte da embarcação que fica submersa – foram debatidas na última terça-feira (9), durante um encontro entre representantes da Codesp (a Autoridade Portuária), da Praticagem de São Paulo e da CPSP. A Codesp é a responsável pela definição do calado dos berços. Neste caso, ela pode seguir as recomendações da Capitania, a Autoridade Marítima, que busca garantir a segurança das embarcações que trafegam e atracam no cais santista.
Calado operacional do Porto de Santos é definido pela Docas, a partir de recomendações da Capitania dos Portos
Atualmente, a Codesp calcula essa medida a partir da profundidade mínima do berço. Desta distância, são reduzidos entre 20 e 30 centímetros, referentes à margem de segurança operacional. Um terminal com 13,9 metros de profundidade em seu berço terá um calado máximo de 13,7 metros em períodos de maré baixa.
Já na maré alta, quando o nível do mar sobe cerca de um metro, cargueiros com até 14,7 metros de calado podem atracar no berço. Só que, neste caso, o calado é maior do que a profundidade do ponto de atracação na maré baixa e isto pode causar problemas.
“O navio pode carregar e, por um problema de visibilidade, por exemplo, não sair do berço. Se isso acontecer (quando a maré baixar), ele vai tocar no fundo e, agora, não temos mais tanta lama como antes. Esse fundo é mais resistente e pode causar problemas de segurança”, destaca o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Fernandes Gomes, comandante da CPSP.
Segundo o oficial, a proposta de mudança a ser apresentada nesta quarta-feira (10) visa estabelecer um critério único e garantir a segurança em qualquer condição.
Critério
De acordo com o comandante da CPSP, a proposta é de que o calado seja definido a partir do desconto de 30 centímetros da profundidade mínima do berço. Ou seja, se a fundura do ponto de atracação é de 14 metros, navios com calado de até 13,7 metros podem atracar ali, em períodos de maré baixa.
Já em períodos em que a maré está cheia, o calado dos navios passa a ser exatamente a profundidade do berço de atracação. “Assim, a gente garante que a embarcação vai estar apenas tangenciando o fundo, sem riscos”, afirma o comandante da CPSP.
Outra sugestão a ser apresentada à Docas é de que sejam feitas batimetrias (verificações de profundidade) nos berços a cada três meses. O objetivo é acompanhar o assoreamento – a deposição de areia no leito de um mar ou rio, tornando-o mais raso.
O capitão dos portos explica que, em média, a cada mês, 10 centímetros de profundidade são perdidos por conta dos sedimentos que se depositam no leito do estuário. “Em alguns pontos, dependendo da corrente, há uma redução maior. Essa sugestão é para que os berços também sejam uma área segura para as embarcações no Porto de Santos”.
Fonte:Tribuna Online\Fernanda Balbino
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