O diretor-presidente da Macrologística, Olivier Girard, reforçou a condição de Mato Grosso, de "centro das necessidades logísticas do país". Esse perfil foi traçado com riqueza de detalhes no final da manhã desta sexta-feira (03), no Legislativo mato-grossense, durante a palestra "A infraestrutura necessária para o desenvolvimento da Amazônia - O Norte Competitivo".
Segundo Girard, o estudo aponta nove eixos de integração prioritários em 71 projetos com investimentos de R$ 14,1 bilhões. Se eles forem executados irão gerar economia anual de R$ 3,8 bilhões/ano. Parte desses nove eixos prioritários passa por Mato Grosso.
Eles estão divididos em dois grupos e cada um já tem seu custo específico em investimentos residuais. O primeiro reúne os já existentes: a) melhorias na BR-364, com R$ 782 milhões em investimentos; b) melhorias na rodovia Belém-Brasília (R$ 244 milhões); c) duplicação da Estrada de Ferro Carajás (R$ 2,762 bilhões); d) ampliação da Ferronorte até Lucas do Rio Verde-MT (R$ 2,512 bilhões); e e) melhorias na hidrovia do Rio Madeira (R$ 464 milhões).
No segundo grupo estão os quatro novos eixos de integração prioritários: a) hidrovia do Rio Juruena/Tapajós (R$ 2,879 bilhões); b) rodovia BR-163 (R$ 1,4 bilhão); c) hidrovia do Rio Paraguai/Paraná, desde Morrinho (R$ 255 milhões); e d) hidrovia do Rio Tocantins (R$ 4,102 bilhões). Ao todo, foram estudados 42 eixos de integração de transportes diferentes, correspondendo a 152 projetos.
No conjunto, foram analisadas as cadeias de alumínio, cana-de-açúcar, caulim, cobre, duas rodas, ferro e aço, fertilizantes, eletroeletrônica, madeira, mandioca, manganês, milho, pecuária bovina, petróleo e derivados, refrigerantes e soja. Elas são responsáveis por 95% do que foi produzido e exportado pelos nove estados em 2008.
Trabalhando com números da economia regional relativos a 2008, a Macrologística estima que o custo de logística total da Amazônia Legal esteja atualmente na casa de R$ 17 bilhões, incluídos nesse valor os fretes internos, os transbordos, as tarifas portuárias e o frete marítimo. Projetando o crescimento da demanda num cenário futuro de dez anos, a empresa estima que o custo de logística da região praticamente será duplicado nesse período, devendo chegar a R$ 33 bilhões por volta de 2020.
Olivier Girard observou que os R$ 14,1 bilhões de custo para implantação do Projeto Norte Competitivo é um "valor considerável", porém menor que o da hidrelétrica do Rio Madeira, e precisa ser relativizado em face do impacto que irá produzir no desenvolvimento econômico regional.
O estudo "Projeto Norte Competitivo" nasceu da preocupação de produtores e empresários com os altos custos da movimentação de produtos que entram e saem da Amazônia. Ele traça os gargalos atuais enfrentados pela região amazônica e propõe soluções logísticas para integração e melhoria do escoamento da produção dos nove estados da Amazônia Legal. O trabalho foi contratado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), através da Ação Pró-Amazônia que engloba as Federações das Indústrias desses representantes.
Com mais de 1.500 páginas, o projeto aponta quais são os eixos de integração, englobando todos os modais de transportes (ferrovias, hidrovias, rodovias e portos), que permitirão reduzir os custos logísticos da Amazônia Legal, aumentando a competitividade da região.
Fonte:24Horas News/Fernando Leal
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