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Melhorias em rebocadores

Wilson, Sons atende à reivindicação do CAP de Imbituba e informa que frota está evoluindo conforme demanda

A situação da frota de rebocadores em Imbituba (SC) foi objeto de discussão em reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do porto no último dia 28 de junho. O CAP reuniu diretores da Wilson, Sons, além de representantes da praticagem e da Capitania dos Portos para reivindicar a melhoria dos rebocadores que prestam serviços no porto. O conselho teme que a atracação de navios maiores possa ser prejudicada pela insuficiência de capacidade dos atuais rebocadores.


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A Wilson, Sons alega que as melhorias na frota de rebocadores são introduzidas na medida em que as demandas requerem novos movimentos. O diretor da Wilson, Sons Rebocadores, Sérgio Guedes, observa que o número de navios atendidos no porto de Imbituba se manteve nos últimos três anos. Em 2009, a Wilson, Sons atendeu 188 navios no porto, ante 187 navios em 2010 e 190 em 2011. Até o final de junho, a empresa deu suporte a 104 navios.

Guedes conta que a empresa operava com dois rebocadores monoeixo em Imbituba e que os substituiu por modelos de dois eixos no segundo semestre de 2011. “Desde setembro de 2011, a Wilson, Sons atendia ao porto com dois rebocadores de dois eixos. Isso se traduz em maior versatilidade nas operações”, avalia Guedes.

No dia 2 de julho, conforme compromisso que a empresa proprietária das embarcações havia assumido com o CAP, chegou o Ursa — novo rebocador de dois eixos, recém-remotorizado e com 40 toneladas de tração estática longitudinal (bollard pull). Com isso, o rebocador Ônix, 27 toneladas de BP, deixou o porto e o Ursa vai operar junto com o Orion, 27 toneladas de BP. “Saímos de 54 para 67 toneladas de bollard pull. Isso é decorrente do planejamento que já existia, melhoria da frota e também percepção nossa de operador do porto do novo perfil de navio que passou a operar com maior frequência”, avalia Guedes.

No entanto, o CAP considerou a solução como uma medida apenas paliativa. O conselho reconhece que a nova embarcação melhora a potência atual, mas avalia que haverá a necessidade de um rebocador do tipo azimutal, com mais eficiência, operando nos próximos meses.

O diretor da Wilson, Sons argumenta que suas embarcações atendem às regras de utilização de rebocadores definida pela autoridade marítima. Guedes diz que essa revisão é constante, tem frequência grande e vai muito da dinâmica que envolve o mercado. “Novas movimentações, navios maiores, ou movimento maior eventualmente passará pelo nosso lado pela reavaliação da nossa frota, seja quantitativa ou qualitativa. Mas não temos esse cenário futuro”, observa Guedes.

Guedes ressalta que essa relação tem caráter técnico e econômico. “Existem variáveis a serem analisadas. Existe uma questão estratégica de posicionamento em função dos clientes, por vezes dos nossos competidores. É um cesto de variáveis que nos impõe uma revisão constante”, explica Guedes.

O diretor da Wilson, Sons Rebocadores acredita que a média de 15 a 16 navios atendidos por mês pode ser considerada baixa quando comparada, por exemplo, com o porto de Santos, onde a Wilson, Sons atende 15 navios por dia. Guedes ressalta que são portos com infraestrutura, capacidade e históricos totalmente diferentes. “Hoje temos a certeza de que a estrutura que temos em Imbituba atende à demanda e às normas definidas pela autoridade marítima”, afirma Guedes.

Guedes conta que já havia sido feita uma movimentação de uma embarcação de 40 BP recentemente, com objetivo de atender uma operação específica demandada por um cliente. “Tivemos uma operação em Imbituba que foi experimental e agora mandamos efetivamente o Ursa para lá”, lembra Guedes.

Na reunião do CAP, os conselheiros reforçaram a necessidade de Imbituba prestar o melhor serviço à carga e aos navios se quiser ter sucesso nesse mercado extremamente competitivo. O CAP avalia que a garantia de rebocadores com potência adequada, águas profundas e abrigadas e balizamento náutico reduz os riscos e atrai novos armadores.

O presidente do CAP de Imbituba, Gilberto Barreto, afirma que a potência dos rebocadores assume aspectos estratégicos para o desenvolvimento do porto. “Os novos navios conteineiros e mesmo os atuais graneleiros têm comprimento total da ordem de 300 metros e poderão operar com calado de até 14,5 metros quando a dragagem for concluída. Sem rebocadores adequados todo esse trabalho terá sido inútil”, afirma Barreto.

Guedes, da Wilson, Sons, diz que as empresas de apoio portuário estão conseguindo atender às demandas. Ele ressalta que, mesmo em Imbituba, não existe histórico de navio que deixou de ser atendido por falta de rebocador. “Nosso segmento vem atendendo isso. É simples comprovar com o número de novos rebocadores entregues nos últimos anos e com perfil de capacidade de tração estática muito superior ao que vinha sendo empregado no mercado”, destaca Guedes.

No entanto, ele diz que sempre é possível buscar mais eficiência. Segundo ele, autoridade portuária, terminais, armadores e operadores de rebocadores devem buscar mais sincronia. “Quando tivermos essa harmonização, as eficiências poderão ser melhores. É uma coisa que extrapola nosso segmento e estamos muito vulneráveis. Nosso segmento nessa cadeia de logística é final de linha”, ressalta Guedes.

O CAP acompanhará os entendimentos entre a Wilson, Sons e os armadores dos navios conteineiros cuja escala em Imbituba está sendo negociada pela Santos Brasil, que também desenvolve estudos em simuladores para definir qual o melhor tipo de rebocador para os navios que chegarão ao porto. Isso facilitará a contratação de novos equipamentos que atendam à movimentação de contêineres.

O administrador do porto, Jeziel Pamato, espera que os investimentos já realizados e com a dragagem para calado de 14,5 metros de profundidade, Imbituba poderá atender aos grandes navios. “Por isso, a administração do porto, há algum tempo, está chamando a Wilson, Sons para conversar e colaborar neste processo de evolução através da oferta de rebocadores adequados para esta nova realidade”, enfatiza Pamato.

A Wilson, Sons prevê investimentos de US$ 336 milhões em rebocadores de 2012 a 2017. De 2007, quando houve o IPO da empresa, até 2011, o valor total do investimento em embarcações de apoio foi de US$ 244 milhões.

 

O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) aprovou prioridade para construção de 12 rebocadores para a Wilson, Sons. As embarcações, destinadas à renovação da frota, serão construídas no estaleiro da empresa, no Guarujá (SP). De acordo com Guedes, os rebocadores terão, a princípio, três formatos com capacidades diferentes.

A potência dos barcos será divulgada somente após a assinatura dos contratos, que deve acontecer até o final de agosto. A Wilson, Sons espera em breve encaminhar o pedido de financiamento para a construção das embarcações. Os projetos de engenharia serão elaborados pela Damen.






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