As operações de desembarque de carvão no terminal portuário da Vale voltarão à normalidade nos próximos seis a nove meses. Esse é o tempo médio necessário para a indústria chinesa fabricar os dois descarregadores de navios (DN), os guindastes gigantes, que foram danificados pela ação dos ventos, que chegaram à velocidade de 118 km/h, no temporal ocorrido, em Vitória, no último dia 18.
O terminal de carvão de Praia Mole é a porta de entrada para 70% do volume de carvão importado e utilizado pelas indústria siderúrgica no país. O produto é utilizado por várias empresas, entre elas a ArcelorMittal, Usiminas, Gerdau/Açominas e Belgo Mineira. Até fevereiro, o terminal terá recuperado 80% de sua capacidade, mas a recuperação total, de 70 mil toneladas/dia, sai somente nos próximos seis meses.
Os dois DNs que foram derrubados e caíram no mar ficaram retorcidos e não poderão ser recuperados. Terão que ser substituídos por novos equipamentos. Outro DN, que sofreu avarias leves, está sendo recuperado e estará novamente em condições de uso, a partir da próxima semana. O peso de cada DN é de 1,3 mil toneladas, e o custo é estimado em US$ 8 milhões.
As correias utilizadas para a movimentação dos guindastes, que também foram danificadas, passam por recuperação e serão liberadas na próxima segunda-feira, dia 20. Enquanto isso, a Vale, operadora do terminal, contratou os serviços da Norsul, com o navio mercante Marcos Dias, que tem capacidade para a movimentação de 2 mil toneladas/dia.
Outra ação da mineradora foi a contratação de duas barcaças da Triunfo (RJ), que fazem o transbordo de 20 mil toneladas/dia. Como os navios não podem ainda atracar no porto, as barcaças retiram a carga da embarcação e descarregam no terminal. A partir do próximo dia 22, entrará em ação o navio mercante Darcauld, com capacidade para 20 mil toneladas/dia.
Com as ações desenvolvidas, até o final da próxima semana, o terminal estará fazendo o descarregamento de 42 mil toneladas de carvão por dia. Em fevereiro, com o retorno do DN avariado à operação, a capacidade de descarregamento chegará a 60 mil toneladas/dia, atingindo 80% da capacidade.
As demais cargas que eram movimentadas no terminal, como fertilizantes e rochas, terão que ser desembarcadas e embarcadas em outros terminais. Os operadores dessas cargas querem utilizar as instalações do Porto de Vitória, reivindicação que está sendo avaliada.
Capacidade
56 mil toneladas/dia - Essa será a capacidade de movimentação de carvão no terminal da Vale, em fevereiro. O valor se refere a 80% de sua capacidade total.
Fonte: A Gazeta (ES) Vitória/Rita Bridi
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