A rápida passagem do ministro dos Portos César Borges por Itajaí ontem, quinta-feira, marcou a assinatura de uma das mais importantes obras de infraestrutura já feitas no Complexo Portuário. O compromisso era do Estado, que lançou o edital de licitação e vai pagar pela primeira etapa das obras, orçadas em R$ 130 milhões _ mas a presença do ministro serviu como um lembrete de que, para chegar ao objetivo de movimentar navios de até 366 metros por aqui, será preciso também o comprometimento do governo federal.
O Termo de Cooperação assinado pelo governador em exercício, desembargador Nelson Schaefer Martins, e a superintendência do Porto de Itajaí garantirá o alargamento do canal e a abertura de parte da nova bacia de evolução, com 480 metros de diâmetro, o que vai possibilitar operações com navios de até 335 metros de comprimento com 48 de boca. Serão retiradas as guias correntes do molhe Sul junto ao Saco da Fazenda, retirada de parte dos espigões transversais do molhe norte (groins) e dragagens da área da nova bacia e para o alargamento do canal de acesso. A intenção é que as obras iniciem em janeiro do ano que vem.
Já a segunda fase, com recursos de mais R$ 208 milhões, previstos no orçamento de 2015 da União, vai garantir ao Complexo Portuário uma bacia de 530 metros de diâmetro, com capacidade para operar navios de até 366 metros de comprimento e 51 de boca. A segunda etapa também prevê a realocação do molhe norte, possibilitando que o canal de acesso fique com a largura de 220 metros.
A definição da nova bacia envolveu estudos de última geração, com modelagens matemáticas e simulações de navegação em equipamentos de alta tecnologia, elaborados por empresa holandesa e acompanhados de perto pela praticagem. Os estudos foram contratados pela Portonave e APM Terminals, que operam no Complexo Portuário.
Para o diretor-superintendente da APM Terminals Itajai, Ricardo Arten, a nova bacia de evolução irá resultar em um incremento de 70% na movimentação da APMT. “Isso nos torna ainda mais competitivo diante dos demais terminais de Santa Catarina”. Já o diretor superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, a nova bacia de evolução é uma obra necessária para a continuidade do Complexo Portuário de Itajaí. “Sem a obra, os portos perderão linhas e toda a economia da região será prejudicada. Por isso, a importância do lançamento dessa licitação”.
O Complexo Portuário do Itajaí movimentou 74,28% da corrente de comércio catarinense e 3,59% do comércio exterior brasileiro no ano passado. Os números tendem a apresentar moderado crescimento neste ano. Também está entre os 120 maiores portos do mundo e ganhou cinco posições na edição de 2014 do World Top Container Ports, ranking publicado anualmente pela publicação britânica Container Management. Com 1.120,627 TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés) operados em 2013, o Complexo catarinense passou da 108ª posição, na edição de 2013, para a 103ª posição, neste ano. No ranking nacional, o Porto Organizado de Itajaí está atrás apenas do Porto de Santos.
Fonte: Guarda-Sol/Dagmara Spautz
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