Empresa do grupo de Eike Batista pagou R$ 65 milhões por suspender acordo de fretamento de minério de ferro de Corumbá com a Kristen Marine.
A mineradora MMX, empresa controlada pela EBX, de Eike Batista, deve apresentar um balanço no vermelho e um resultado operacional negativo no segundo trimestre do ano, com o impacto de uma perda de R$ 65 milhões em decorrência da suspensão de um contrato de afretamento de minério de ferro de Corumbá (MS). A divulgação do balanço trimestral da empresa, atualmente um dos focos de atenção da bolsa por causa das notícias de que estaria sendo vendida para a gigante siderúrgica Arcelor Mittal, acontece amanhã. A boa notícia vai ficar por conta do aumento de 400% na receita com a venda de minério, favorecida pela a alta do preço do produto.
No geral, porém, a performance da mineradora pode desapontar um pouco os acionistas. Relatórios de bancos preveem prejuízo nas contas trimestrais, que pode variar dos R$ 39 milhões estimados pelo Itaú Securities a R$ 25 milhões previstos pelo Credit Suisse e R$ 19,2 milhões esperados pelo BBI Equity Research (Bradesco). No segundo trimestre de 2009, a MMX apresentou lucro líquido de R$ 27 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) esperado é negativo em R$ 15 milhões nos cálculos do Itaú Securities, em R$ 8,5 milhões para o BBI e em R$ 5 milhões para o Credit, contra um lajida negativo em R$ 150 milhões entre abril e junho de 2009. A margem lajida projetada também é negativa em 7,5% (Itaú) e em 3,8% (BBI).
É unanimidade entre os analistas dos bancos citados que o resultado desfavorável da MMX - apesar de bem melhor que o balanço do segundo trimestre de 2009 - é consequência da operação de encerramento do contrato de frete por tempo determinado, firmado em 5 de abril de 2010, com a empresa Kristen Marine.
Em fevereiro e março de 2008, a Kristen assinou contrato por cinco anos com a empresa de Eike Batista para transportar minério de Corumbá. O encerramento antecipado do acordo rendeu multa de R$ 65 milhões à mineradora. Segundo fontes do mercado de mineração, a MMX rompeu o contrato porque não tinha volume de minério suficiente para entregar.
Para os analistas Marcos Assumpção e Alexandre Miguel, do Itaú Securities, se não fosse esse desembolso a MMX poderia ter fechado o segundo trimestre com lajida positivo de R$ 50 milhões.
Para os próximos trimestres as expectativas dos analistas são otimistas quanto ao desempenho da MMX, apesar do ambiente de incerteza que cerca a empresa por conta dos rumores de venda. "Tem muito barulho em cima de tudo que é anunciado sobre a MMX", comenta um especialista do setor de mineração que não quis ser citado. Ele considera Eike Batista um "deal maker"
(Fonte: valor Econômico/Vera Saavedra Durão, do Rio/criador de negócios).
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