A movimentação de cargas no Porto de Santos caiu 8,7% no mês passado, em relação a novembro de 2010. Em balanço divulgado nesta quinta, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que o mês fechou com 6.882.149 toneladas, entre embarques e desembarques.
É o segundo mês seguido em que a Docas fecha o balanço com queda no movimento de mercadorias. Em setembro, a alta mensal foi de 0,1% na comparação com 2010. No acumulado do ano, de janeiro a novembro, houve estagnação: 88.844.100 toneladas, com crescimento de 0,02% ante o ano passado. Na última semana, quando divulgou seu balanço anual, a administradora do Porto projetou fechar o ano em 96,9 milhões de toneladas.
Em novembro, as exportações somaram 4.334.500 toneladas, uma queda de 9% frente ao mesmo mês de 2010. O açúcar subiu 6,8%, com 1,16 milhão de toneladas. Também se destacaram as exportações de soja, que subiram 230%, com 604 mil toneladas.
Outros produtos tradicionais no sentido exportação sofreram quedas significativas, como o milho (-65,7%, com 323 mil toneladas) e a gasolina (-77,7%, com 22 mil toneladas no mesmo mês).
Na corrente inversa, de importação, novembro foi marcado pelas altas do adubo (32,8%, com 391 mil toneladas), do carvão (10,9%, com 247 mil toneladas) e do trigo (632%, com 73 mil toneladas). Mas também houve cargas em forte baixa, como o minério de ferro (quase 100%, com movimento residual de 58 toneladas), o GLP (35,5%, com 39 mil toneladas) e o sal (17,9%, com 95 mil toneladas).
Até o segmento contêiner, que viveu um crescimento sustentado ao longo do ano, teve resultado adverso em novembro. Foram 6,1% a menos no mês, com movimento de 227.730 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
Acumulado
As exportações somaram 57,63 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro, segundo a Docas, o que representou 64,8% do volume de mercadorias movimentado pelo Porto de Santos. Foram importadas, no mesmo período, 31,2 milhões de toneladas, ou 35,1% do total.
Nesses embarques, o açúcar, principal produto do Porto em quantidade, sofreu queda de 13,7% no período, com 15.961.612 toneladas.
A Docas justificou o decréscimo com a quebra da safra brasileira e o fortalecimento de grandes produtores internacionais, como a Índia e a Rússia. Em 2010, ambos os países tiveram problemas com a colheita da cana e foram obrigados a comprar açúcar do Brasil para honrar seus contratos.
Também caiu o volume de milho exportado: -6,5%, com 4.321.857 toneladas. Por outro lado, a soja, a segunda carga mais movimentada, somou 11.165.976 toneladas – 6% a mais do que no ano passado. O motivo é um apetite maior dos chineses pelo produto e seus derivados.
Também houve incremento nas exportações de café, outra mercadoria tradicional de Santos. Foram 1.244.614 toneladas, um aumento de 17% frente a 2010. O Brasil é o maior produtor mundial do grão e responsável por 30% do mercado. Em muitos casos, a mercadoria leva, no exterior, a marca do seu principal porto de saída. Santos é responsável por 76% dos embarques do produto.
Nas importações, os principais resultados positivos foram registrados na movimentação de adubo, que atingiu 3.402.969 toneladas e cresceu 73,1%, e pelo minério de ferro, cuja movimentação foi de 841.227 toneladas, com crescimento de 14,2%. Mas houve produtos com retração também: o trigo, por exemplo, somou 1.151.828 toneladas, uma queda de 18,9%. A nafta (derivado do petróleo, matéria-prima para produção de plástico), por sua vez, somou 350.532 toneladas desembarcadas, uma queda de 57,8%.
Contêineres e Veículos
A movimentação de contêineres de janeiro a novembro foi de 2.697.936 TEUs. É 8,5% a mais do que no mesmo período do ano passado. A Docas não fez, em seu balanço, distinção entre importação e exportação. Analistas ouvidos por A Tribuna acreditam que, no ano que vem, deverá haver um novo incremento, porém mais modesto, próximo da porcentagem esperada de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para 2012.
Os embarques e desembarques de veículos no Porto também deram um salto e atingiram 390.609 unidades movimentadas, uma alta de 21,4%. O resultado foi obtido em um cenário complicado, de desavenças com a Argentina e aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicado para países de fora do Mercosul(exceto o México).
Fonte: A Tribuna/Samuel Rodrigues
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