Do Rio - O volume de importação de mercadorias em contêineres deve superar este ano, no mercado brasileiro, os níveis de 2008, projeta Julian Thomas, diretor-superintendente da Hamburg Süd e da Aliança Navegação e Logística. Dados da empresa mostram que o país importou, em 2008, 1,68 milhão de TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), acima dos 1,34 milhão de TEUs de 2009, quando o mercado ainda se ressentia dos efeitos da crise global. Na exportação, foram movimentados 1,92 milhão de TEUs pelo mercado brasileiro em 2009, quase 9% abaixo dos 2,1 milhões do ano anterior.
Thomas disse que no primeiro trimestre do ano o mercado quase atingiu os níveis do mesmo período de 2008. "Faltou pouco." Ele diz que a exportação também está crescendo, mas sobre a base de 2009, mais baixa. "A economia brasileira cresce tão forte que a indústria está no limite de produção e, nesse cenário, é mais favorável vender no mercado interno do que exportar com um real forte", diz.
No pós-crise, o esforço se concentra, segundo ele, em recuperar volumes de carga e preços dos fretes marítimos. Os fretes já subiram entre US$ 300 e US$ 500 por contêiner este ano e no segundo semestre terão de subir novamente, em valores semelhantes, para recuperar a perda do ano passado, diz Thomas.
Em 2009, a crise provocou a parada de cerca de 11% da frota mundial de navios porta-contêineres (cerca de 500 embarcações), que voltaram a operar puxadas pelo crescimento do tráfego entre China-Europa e Estados Unidos, diz o executivo. Em 2009, o faturamento mundial da Hamburg Süd ficou em € 3,2 bilhões, 28% abaixo se comparado aos € 4,4 bilhões de 2008.
Segundo Thomas, a importação é mais onerosa em termos de infraestrutura do que a exportação. Isso porque o tempo médio que um contêiner fica no porto é de oito dias, o que exige espaço para armazenagem pelo terminal. O contêiner da importação termina concorrendo por espaço no porto com a carga da exportação e da cabotagem. (FG).
Fonte: Valor Econômico/
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