Procurador diz que serviço para melhorar passagem de barcos ficou ruim
As obras no molhe Sul de Laguna, que começaram em 2003 para facilitar a passagem de barcos pesqueiros de maior porte em direção ao porto da cidade, estão na mira do Ministério Público Federal (MPF). O projeto teve um custo de R$ 25 milhões e foi executado pelo governo federal. Os trabalhos terminaram no ano passado.
O procurador da República Celso Três informou que pretende entrar com uma ação civil contra a União “porque o objetivo de facilitar a navegação de barcos de grande porte não foi atendido”.
O problema da obra, segundo o procurador, é que a profundidade de metade da entrada do canal ficou abaixo dos nove metros descritos no projeto e representam um risco à navegação (detalhes ao lado).
– Em metade da entrada as rochas não foram tiradas do fundo. O calado (profundidade) desta parte ficou em torno de três metros. Nenhum barco consegue passar por ali e o projeto se tornou inútil – diz o procurador.
Baseado em investigações, denúncias e relatos de pescadores, o MPF entende que a correção do molhe Sul teve um efeito contrário. Como a abertura do canal ficou mais larga, a correnteza também se tornou mais forte e os barcos precisam fazer uma manobra arriscada perto do molhe Norte, que tem a profundidade necessária, para seguir em direção ao porto – dois quilômetros adiante.
Outra questão a ser denunciada são os possíveis prejuízos do porto pesqueiro. Celso Três afirma que várias embarcações que não conseguem entrar no canal são obrigadas a procurar o Porto de Itajaí para descarregar o pescado.
Na avaliação do MPF, a suposta falha na execução das melhorias do molhe também ficou clara em circunstâncias de tempo muito chuvoso.
– Em 2004, na época do furacão Catarina, parte da obra foi danificada e isso demonstra que o projeto foi mal executado – avalia Celso Três.
Fonte:Diário Catarinense/MARCELO BECKER | Laguna
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