A MRV Log, subsidiária da mineira MRV na área de galpões logísticos e condomínios industriais, recebeu um novo sócio. Marcelo Patrus, empresário do setor de transportes, adquiriu 3% da companhia. Dono da Patrus Transportes, empresa que faturou R$ 240 milhões em 2010, Marcelo passa a ter assento no Conselho de Administração da companhia.
Com atuação nas regiões sul e sudeste e nos estados da Bahia e Sergipe, além de clientes como Natura, Adidas, Toyota e Alpargatas, a empresa distribui cargas fracionadas (empacotadas). Patrus foi convidado por Rubens Menin - presidente da MRV - para levar ao negócio a visão de quem está do lado da demanda. "Eu sei onde faltam centros de distribuição, conheço várias cidades onde não existem galpões para alugar", afirma. Com sede em Belo Horizonte, a Petrus foi fundada há 35 anos. "Ele traz uma grande bagagem do setor de armazenagem e transporte", diz Leonardo Corrêa, diretor financeiro e de RI da MRV.
Segundo Patrus, os varejistas e atacadistas têm feito expansões consideráveis no ponto de venda, mas quase sempre mantém os mesmos centros de distribuição. "A infraestrutura de armazenagem é desproporcional ao crescimento das lojas", afirma. Um dos inquilinos que está no condomínio de galpões da MRV Log em Contagem, por exemplo, era um cliente de Patrus, que saiu de 15 para 35 lojas e mantinha o mesmo centro de distribuição.
Fundada em 2008 em sociedade com o fundo Autonomy, a MRV Log voltou à ativa em agosto de 2010. O fundo, que tinha 35% da companhia, saiu em julho de 2009 em uma oferta secundária de ações. Ainda em fase pré-operacional, a MRV Log fechou o ano passado com 15 mil m2 de área bruta locável (ABL).
Em março de 2011, a companhia chegou a 50 mil m2 alugados. A expectativa da companhia é chegar ao final deste ano com aproximadamente 175 mil m2 de ABL em operação e com um banco de terrenos com potencial de cerca de 1,4 milhão m2 de ABL.
Com um patrimônio líquido de R$ 157 milhões em março- o da MRV é de R$ 3,2 bilhões - por enquanto, a MRV Log é uma grande consumidora de caixa da MRV. De janeiro a março, gastou R$ 34,3 milhões com a compra de terrenos e construção de ativos, quase o mesmo valor gasto pela controladora.
De acordo com o balanço, a receita operacional da MRV Log no primeiro trimestre foi de R$ 515 milhões. "Há um ano atrás, tínhamos muitos projetos e menos coisas concretas. Agora, estamos invertendo a equação" diz Corrêa.
O objetivo é criar um portfólio para aluguel - o que fez com que a companhia expandisse sua atuação para shoppings. Já são dois, em Contagem e Serra, com investimento total de R$ 280 milhões. A empresa já opera condomínios de galpões industriais multiusuários em Belo Horizonte, Contagem e Jundiaí.
A empresa não fala claramente, mas MRV e MRV Log já operam com estruturas separadas e quando a Log ganhar corpo deve ser desmembrada, inclusive na bolsa.
Fonte: Valor Econômico/Daniela D'Ambrosio | De São Paulo
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