A espera média dos navios para o descarregamento de fertilizantes cresceu em alguns meses deste ano em comparação com 2021, o que encareceu o produto. Em março e abril do ano passado, as embarcações levavam entre sete e 11 dias para completar o serviço em Paranaguá (PR), prazo que saltou para perto de 40 a 45 dias nesses mesmos meses de 2022, indica um levantamento da StoneX. O trânsito no mar também aumentou em Santos (SP) - a espera mais longa, de 38 dias, ocorreu em março.
A partir de maio, porém, o fluxo melhorou, e, no mês passado, o tempo de espera dos navios nos portos já estava entre dez e 15 dias, segundo a consultoria. A administração de Paranaguá informou que, entre embarcações que aguardavam para descarregar e as que chegariam em alguns dias, 26 navios estavam na programação no último dia 5 - há um ano, eram 21. A carga total chega perto de 700 mil toneladas, e os armazéns operam no limite da capacidade.
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Os problemas com a demora dos navios na costa são reflexo de entraves em importantes fornecedores. Além das sanções econômicas a Belarus, estabelecidas ainda em 2021, a guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro deste ano, acentuou o temor com a escassez de adubos, o que gerou uma corrida às compras que congestionou chegadas ao litoral. Muitos agricultores encomendaram adubo mesmo depois de terem tomado a decisão de usar menos insumos por causa do aumento de preços.
Às vésperas do início da safra 2022/23, com plantio que começa em setembro, é possível que outras filas se formem. “Há entregas ainda acontecendo e também a reposição dos estoques de adubo para a safrinha [de milho, a partir do fim do ano]”, diz Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da StoneX.
Fonte: Valor