A licitação do VTMIS passa por mais uma etapa em outubro com a abertura das propostas dos participantes da concorrência. VTMIS é a sigla de Vessel Traffic Management Information System – em português, Sistema de Gerenciamento e Monitoramento de Tráfego de Navios. A expectativa é que o projeto esteja implantado até o final de 2011.
No Porto de Santos, o VTMIS será composto por 4 torres de monitoração e uma central de processamento e supervisão dos dados obtidos pelas torres. O sistema auxiliará no controle de tráfego de embarcações, pois tornará mais segura a espera de navios nas áreas de fundeio e mais eficiente a movimentação e atracação de embarcações no porto. Esses recursos serão integrados à gestão de segurança da Supervia Eletrônica de Dados e ISPS Code.
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A empresa vencedora da licitação deverá construir as instalações da central e as torres, além de implementar o sistema no período de um ano. Ela será responsável, também, pela manutenção do VTMIS por dois anos e pelo treinamento dos operadores da central.
As 4 torres serão instaladas em pontos estratégicos do porto, como a ilha da Moela, a ponta de Itaipu, os arredores da Dow Química (na entrada do canal) e a ilha Barnabé. Estas áreas foram escolhidas por oferecerem segurança aos equipamentos e por possibilitarem cobertura de todo o estuário, com uma área de varredura que vai da área de fundeio ao Terminal Marítimo da Usiminas.
A central do VTMIS terá uma antena VHF para comunicação com as embarcações e receberá dados das torres de monitoramento, de uma estação meteorológica e de um marégrafo. A estação meteorológica servirá para monitoração de intempéries e o marégrafo, para identificar os movimentos de preamar (maré alta) e baixa-mar no canal. Assim, os operadores da central poderão estimar de forma mais precisa a profundidade de cada berço do cais e auxiliar os navios no momento da atracação.
As torres abastecerão a central com dados sobre a localização e movimentação de embarcações. Cada uma terá um radar, uma câmera inteligente e um transponder AIS para a coleta destes dados. Este último, o transponder AIS (Automatic Identification System, Sistema de Identificação Automática), é um dos equipamentos mais importantes da torre: ele recebe sinais enviados obrigatoriamente pelos navios. Com esse contato, a central visualiza a posição, a velocidade e o número de registro do navio numa carta de navegação eletrônica, exibida num monitor – seu movimento é acompanhado em tempo real.
Como a maior parte dos barcos pequenos não emite sinais de transponder, a tarefa do radar será identificar estas embarcações menores – até o limite até 1,5 metro de comprimento. A câmera inteligente apontará automaticamente para o alvo localizado pelo radar. Isso aumentará a segurança na área de fundeio, como exemplifica Renato Barco, diretor de Planejamento Estratégico e Controle da CODESP : “imagine uma pequena embarcação chegando perto de um navio que esteja fundeado, o radar detecta, a câmera mira o local e, com isso, pode ser evitado um assalto. Isso é um ganho de segurança fantástico, de extrema relevância para o porto.”
O valor total do investimento somado ao custo de manutenção por dois anos é de R$ 15 milhões, a serem pagos com recursos da própria CODESP. “É mais uma medida que coloca o Porto de Santos no nível dos maiores portos do mundo”, define Renato Barco. Os envelopes com as propostas serão abertos no dia 15 de outubro.
Da Redação