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O Polo Naval do Amazonas pode gerar R$ 20 bilhões em dez anos

O valor poderá vir a ser gerado após a criação do Polo Naval previsto

Há anos esquecido, o setor naval está se organizando e costurando apoio político e institucional para montar o Polo Industrial Naval do Amazonas, nos moldes do Polo Industrial de Manaus. Para o professor Waltair Machado, da Ufam, e membro de um grupo de trabalho interinstitucional que estuda o setor, nos próximos dez anos essa indústria pode chegar a plena maturidade e faturar até R$ 20 bilhões por ano, o que pode representar um terço do que hoje faturamento atual do PIM. O faturamento atual é uma incógnita, mas o professor estima que seja algo em torno de R$ 600 milhões.

“O setor precisa de organização, de formação de recursos humanos em larga escala e de atuação internacional mais efetiva. Estou imaginando que essa maturação possa acontecer em 10 ou 20 anos, mas a gente pode conseguir bem mais rapidamente, dependendo dos esforços que serão feitos e de como o setor vai se comportar“, pontuou Waltair que há anos estuda o setor.

A princípio, o polo será instalado no Puraquequara (a cerca de 20 quilômetros do Encontro das Águas), que possui 6 quilômetros de frente por 3 km de fundo e 15 metros de calado em média. A área está sob jurisdição do Incra e do Terra Legal, do governo Federal. Recursos da Suframa estão alocados no orçamento de 2012 da autarquia para a realização de estudos de viabilidade sócio, técnica, econômica e ambiental desse polo na área do Puraquequara.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval (Sindnaval), Matheus Araújo, o setor possui 62 estaleiros, 32 formais de pequeno a grande porte. Dos sete grandes estaleiros da Amazônia, cinco estão instalados em Manaus e dois em Belém (PA). "Os pequenos estão reticentes com o polo, porque querem saber o que vão ganhar com mudança e se terão financiamento e  política para construção de estaleiro infraestrutura”, destacou.

Para arregimentar apoio ao projeto, está sendo articulada uma reunião no fim deste mês com a bancada do Amazonas, em Brasília, e está em andamento uma pauta na Comissão da Amazônia, no Senado e na Câmara Federal.

Centro de formação naval

Projeto já foi apresentado ao ministro Aloízio Mercadante, que se mostrou interessado em ajudar

Para gerar conhecimento, tecnologia e formação de recursos humanos necessários à industria da navegação, está sendo estruturado um Centro de Tecnologia da Indústria Naval do Amazonas (Cetinavam). O projeto foi apresentado, no último dia 30 de agosto, ao Ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante.

Segundo o presidente Sindnaval, Matheus Araújo, o Cetinavam é a instituição ligada a empresas do segmento industrial e offshore para dar suporte a projetos e a estratégias de negócios na região. “Ele se interessou pelo Cetinavam e se comprometeu também em dois projetos: um é montar o Centro de Vocação Tecnológica (CVT) fixo e um CVT móvel que vai qualificar os profissionais no próprio estaleiro”.

Segundo o coordenador de relações institucionais do Sindnaval, Ricardo Moraes, cada projeto do CVT vai custar cerca de R$ 2 milhões, enquanto o Cetinavam será cerca de R$ 30 milhões. Este último deve ficar pronto entre dois e três anos.

A primeira etapa é qualificar e certificar a mão de obra existente no setor, que é de 7,8 mil pessoas. Depois formar mão de obra para o setor e para o mercado convencional. O Cetinavam depois da qualificação vai trabalhar no curso técnico para a construção naval. Ao todo são 18 cursos, entre eles solda, pintura, montagem, eletrico-naval, mecânica entre outros. O centro deve ter 15 laboratórios e o prédio será construído numa área de 10 mil metros quadrados.

Já os CVTs são unidades de ensino e de profissionalização básica, de prestação de serviços especializados, levando-se em consideração a vocação da região onde está inserido. De acordo com o site do Ministério de Ciência e Tecnologia a pasta apoiou a criação de 236 CVTs, instalados no País desde 2003.


Fonte: A Crítica (Manaus) AM/CIMONE BARROS






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