O 22º Encontro sobre o Corredor Centro Norte, realizado na última sexta-feira(dia 21) em Marabá, deixou mais dúvidas do que certezas em relação às obras de derrocamento da Hidrovia Tocantins-Araguaia. As explicações dos representantes dos governos federal e estadual não convenceram grande parte dos participantes do evento.
Promovido pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro Norte (Adecon), o encontro visava debater exatamente a manutenção das obras da Hidrovia Araguaia-Tocantins no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A informação que chegou a Marabá é de que as obras (avaliadas em R$ 340 mil) foram barradas pela presidente Dilma Rousseff. Com isso, investimentos importantes ficariam prejudicados, tais como a Aços Laminados do Pará (Alpa), que busca transportar sua produção via Rio Tocantins, a partir do ano de 2016, segundo garantiu José Carlos Soares, presidente da Alpa. Sobre o assunto, o diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Adão Magnus Marcondes Proença, disse apenas que o DNIT cumpriu sua parte, ao realizar a licitação, que já teve, inclusive, uma empresa vencedora. Mas Dilma teria pedido uma reavaliação do processo e suspendido-o temporariamente.
Ele disse também não ter recebido informações sobre o desfecho da reunião entre representantes do governo federal e da Vale, na qual a presidente teria proposto que a mineradora seja parceira na construção do porto público de Marabá. “Só sei que foi feita uma reunião com a Vale, mas não sei o resultado”, alega.
Adão Proença foi questionado duramente por Eduardo Carvalho, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação do Estado do Pará e sócio da empresa Mc Log. Segundo Carvalho, existe um risco muito grande de o derrocamento da cachoeira do Lourenção, para a viabilidade da hidrovia, só acontecer depois da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Eduardo Carvalho explica a situação: segundo ele, para permitir a navegação de grandes embarcações é necessário que o rio tenha pelo menos 3,5 metros de calado o ano inteiro e não apenas em período de cheias. “Mais água no rio representa menos geração de energia”, explica.
Pela manhã, o vereador licenciado Miguelito Gomes (PP), superintendente de Desenvolvimento Urbano de Marabá, também criticou as explicações dadas sobre o assunto, daquela vez pelo secretário de Indústria e Comércio do Estado, David Leal, que disse haver “dificuldades extremas” para retomar o derrocamento.
Vantagens
Falando da importância da hidrovia para o Centro e Norte do País, o organizador do encontro, Alberto Polo Pereira, presidente da Adecon, observou que as regiões que pretendem se desenvolver têm que apostar em vários modais de transporte e dentro dessa lógica a hidrovia compartilha espaço com outros modais, sendo economicamente mais viável.
(Fonte: Diário do Pará)
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