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Operação do terminal em Itapoá atrai mão de obra especializada

De Itapoá - Apesar de ainda não operar a plena capacidade, o porto de Itapoá já é responsável pela chegada de profissionais de fora da cidade. Atraído pela proposta de emprego, o responsável por planejamento de pátio Vanilson Cruz, 34 anos, mudou-se com a mulher e o filho no fim do ano passado. A família veio de Santos e teve dificuldade para encontrar casa para alugar, por causa da concorrência com o movimento de aluguel de temporada de verão.

Animado com o futuro do porto e com o desafio profissional que resolveu encarar, Cruz já pensa em comprar um imóvel em Itapoá. Assim como ele, outros trabalhadores especializados no setor portuário vieram de fora - de cidades como Santos (SP), Rio Grande (RS), Itajaí (SC) e Navegantes (SC). A previsão da administração do porto é contratar 250 pessoas até o começo da operação. Até agora, 68 já assinaram carteira.

Josiane Alves da Silva, 23 anos, foi, ainda criança, de Itapema, cidade no litoral catarinense, para Itapoá. Trabalhava em uma loja de celulares na cidade, até que apareceu a oportunidade no porto. Ela começou a trabalhar como recepcionista em agosto. Priscilla Osqa, 27, se mudou com o marido para Itapoá na promessa de crescimento profissional. Em uma semana, conseguiu emprego no porto para atuar na área de controladoria financeira. Segundo a administração do porto, a expectativa é que cerca de 70% do pessoal da área operacional poderá ser recrutado entre os moradores da cidade.

O movimento de profissionais vindos de fora da cidade e de empresários que visitam Itapoá a negócios estimulou o arquiteto Carlos Henrique Nóbrega a acelerar o projeto de um hotel em Itapoá. O Baiti fica a poucos metros do porto e oferece um padrão de serviço que a cidade ainda não conhecia.

O projeto é um hotel-boutique com 15 quartos, marina e restaurante de cozinha contemporânea, o Tambaiá, tocado pelos chefs Emiliana e Miduca Carvalho, irmã e cunhado de Carlos Henrique. Para formar a equipe, o Baiti ofereceu curso para 150 pessoas da cidade, que receberam noções de trabalho de garçom, manuseio de alimentos e primeiros socorros, entre outros. Desses, 30 foram contratados. Os demais ficaram com certificado de freqüência nos workshops.

O empreendimento foi um projeto da família Nóbrega, natural de Londrina, no norte do Paraná, que visitou a cidade pela primeira vez no fim da década de 70, em férias. A família não revela o valor do investimento de 1,8 mil m2, mas diz que há previsão de ampliação da marina, hoje com capacidade para abrigar cerca de 30 barcos. Em dias de reunião do conselho de administração do porto, o hotel fica com os quartos lotados. "Nós já tínhamos a ideia, mas o porto foi determinante para o investimento", diz Nóbrega.

O prefeito de Itapoá, Ervino Sperandio (PSDB), acredita que a cidade ainda não tenha aproveitado todo o crescimento que o porto será capaz de proporcionar. Apesar disso, o município já vive uma situação de pleno emprego. Segundo Ervino, falta mão de obra principalmente na construção civil. "Aqui a gente tem mais vagas do que pessoas para trabalhar", diz.

O prefeito avalia que Itapoá sai no prejuízo com a contagem do Censo do IBGE, apesar do crescimento expressivo na última contagem. Ervino acredita que a cidade tenha, efetivamente, 20 mil moradores. Muitos deles mantêm casa em outra cidade, mas passam boa parte do ano em Itapoá, usufruindo dos serviços de saúde e educação do município.

Essa desvantagem tem relação com o cálculo do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que leva em conta a população aferida pelo IBGE. Em 2010, Itapoá recebeu R$ 5,5 milhões de FPM, a principal receita municipal. Com a entrada em operação do porto, Ervino espera que a prefeitura passe a contar com R$ 500 mil mensais de Imposto Sobre Serviços (ISS), algo semelhante ao que o porto de Navegantes passou a contribuir com a prefeitura da cidade.

Para Raul Delavy, sócio da Imobiliária Atlântica, em Itapoá, a cidade ainda não sentiu o impacto que o porto será capaz de gerar sobre o mercado de imóveis. "A valorização real vai começar quando ele entrar em operação", acredita.

Hoje, lotes na primeira quadra do mar variam entre R$ 45 mil e R$ 120 mil - com tamanhos entre 360 m2 e 384 m2. Delavy acha que esses valores vão passar por uma revisão tão logo o fluxo de pessoas comece a aumentar. Para o empresário do ramo imobiliário, a cidade ainda mantém o aspecto de local de descanso.

Nas áreas voltadas para atividade industrial, ainda há muita irregularidade. Segundo Delavy, do espaço reservado para a atividade retro-portuária, apenas 20% têm documentação em dia. Os valores praticados ainda ficam na faixa de R$ 25 o metro quadrado, mas Delavy acredita que possam passar a valer R$ 45 em breve.

(Fonte: Valor Econômico/JP)


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