O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, rechaçou ontem os resultados do estudo sobre os portos brasileiros realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado na segunda-feira. O estudo fez críticas aos investimentos governamentais e apontou risco de colapso no sistema portuário brasileiro, gargalos totalmente descartado pelo ministro. "Não existe nenhuma chance de haver colapso no sistema portuário brasileiro nos próximos anos", disse Brito.
O principal argumento do estudo do Ipea é que os investimentos governamentais, em especial do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), são insuficientes. "O estudo está incorreto. O PAC ataca os principais gargalos do setor. O governo prevê investimentos de quase R$ 6 bilhões para os próximos cinco anos. A iniciativa privada pretende entrar com R$ 20 bilhões no mesmo período."
Os projetos incluídos no PAC têm o objetivo de melhorar a infraestrutura portuária e acessibilidade hidroviária, principalmente através do aprofundamento dos portos, as dragagens.
"O único problema atual é a demora para liberação de cargas, que leva cinco dias contra um a dois dos melhores portos do mundo, mas já estão sendo efetuadas mudanças para tornar mais ágil o processo no Brasil", disse o ministro.
A previsão de crescimento do modal portuário é grande, de acordo com dados da SEP. A movimentação no porto de Santos em 2009 foi de 83 milhões de toneladas e deve aumentar, em quatro anos, para 230 milhões de toneladas. Em contêineres, o volume transportado saltará de 3 milhões para 9 milhões de TEUs. "A capacidade de Santos deve triplicar nos próximos anos", afirmou Brito.
A discordância entre os dois órgãos do governo se evidencia também na apresentação de estudo produzido pelo Banco Mundial, e realizado em 150 países, sobre deficiências logísticas em sistemas portuários. Em 2007, o primeiro ano do estudo, o Brasil ocupava a 61ª posição. No ano passado, o país subiu para o 41º lugar. "Apesar de faltar muito para o país estar entre as primeiras posições, o importante é o salto que se deu em apenas dois anos. A nossa meta para os próximos dois anos é avançar pelo menos dez posições e até 2015 esperamos estar entre os 20 primeiros países do mundo", disse Brito.
Fonte: Valor Econômico/Tarso Veloso, de Brasília
PUBLICIDADE