Receba notícias em seu email

MSC

Para se driblar o apagão logístico

Seguindo o ritmo da economia mundial, o Brasil vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos. Tal processo trouxe para as indústrias maior complexidade na atividade logística de seus negócios. O aumento do fluxo de cargas e a maior dependência do mercado externo, aliados à falta de infraestrutura nos portos, rodovias e aeroportos, têm mudado radicalmente o dia a dia das áreas responsáveis pela logística nas empresas. As dificuldades são cada vez maiores e a instabilidade nas operações tem sido recorrente. A consequência é o aumento de custos da atividade logística, às vezes superando áreas do próprio core business. - Os próximos anos deverão seguir esta mesma tendência, mas com alguns agravantes. Além da forte escassez de mão de obra e dos gargalos de infraestrutura ora mencionados, teremos que conviver com os aumentos de custos provocados por diversos fatores, como o preço do óleo diesel, do pedágio, dos caminhões e do salário dos motoristas (já é difícil contratar nas grandes capitais).

Infelizmente, o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT), de 2009, que contempla planos de investimentos em infraestrutura até ano de 2020, está muito aquém do que os especialistas estimam ser necessário para suprir o ritmo de crescimento econômico previsto para os próximos anos e para eliminar o gap deixado pela falta de investimento das últimas décadas. O PNLT estima 1,2% de investimento em comparação ao PIB, contra 4% a 6% estimados pelos especialistas do setor. É necessária uma visão de planejamento estratégico de longo prazo mais estruturado, que conte com a participação efetiva de todos os elos (setores produtivos, usuários e fornecedores, além de técnicos do governo). Não existem, atualmente, planos de ações claros que garantam, por exemplo, o desenvolvimento de estações de transbordo e que fomentem a cultura da multimodalidade, fator de extrema importância para a competitividade da atividade logística em qualquer lugar do mundo.

As empresas, por sua vez, estão cada vez mais exigentes, pois necessitam oferecer serviços de qualidade aos seus clientes finais para não perderem competitividade frente às importações, que têm presença cada vez mais forte em todos os segmentos econômicos. Só nos resta, então, lamentar esse cenário de apagão logístico e de tantas incertezas? Certamente não. Devemos tentar de alguma forma transformar tais dificuldades em oportunidades. Nesta tentativa, dois aspectos podem servir como força motriz: o conceito de "integração" de toda a cadeia logística e o "desenvolvimento de parcerias de longo prazo" com empresas que tenham know-how, estrutura, localização estratégica, tecnologia de ponta, poder de investimento e, sobretudo, vontade de investir junto com o cliente numa relação ganha-ganha.

A solução integrada (ou conceito One Stop Shop) pode se tornar um diferencial e vem ganhando força nos dias de hoje, porque é muito importante que o tomador de decisão tenha uma visão global de todas as necessidades da cadeia, todas as possibilidades de fornecimento de matéria-prima e alternativas de gestão. O fato é que os fornecedores estão cada vez mais espalhados pelo mundo, e não mais localizados apenas no mercado doméstico como alguns anos atrás. Entre vários outros aspectos, vem daí a importância de se ter claro todo o contexto que envolve cada elo da cadeia, tanto no âmbito doméstico como internacional, antes de se desenhar o modelo de logística a ser implementado. As áreas de logística nacional e internacional das empresas precisam ter cada vez mais sinergia, sob pena de tomarem decisões erradas ou desperdiçarem soluções mais eficientes que representem diminuição de custo por pura falta de integração entre as áreas.

As parcerias de longo prazo também se tornam fundamentais nesse processo, porque só assim os dois lados da relação comercial (fornecedor logístico e cliente) terão oportunidade de conhecer plenamente todas as características, possibilidades e potencialidades de cada um, e, por meio de uma relação de mútua confiança, de explorar juntos as melhores soluções logísticas disponíveis. Desta forma, pode-se, ainda, obter um grau de maturidade nas operações só possível com o real entendimento de que os dois lados devem estar engajados e conscientes de que precisam atravessar a curva de aprendizagem, inerente a qualquer operação logística, de mãos dadas. Ou será que vamos continuar convivendo com a sistemática falta de caminhão no fim do mês (apenas para citar um exemplo conhecido), o crescente aumento do custo da conta logística e as dispendiosas soluções spots?

Fonte: DCi/Fernando V. de Medeiros é diretor-geral da divisão






PUBLICIDADE




   Zmax Group    Antaq    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Pesa   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira