Transporte de trilhos por via rodoviária renova discussão sobre projetos de apoio a hidrovias
A polêmica da opção por transportar em caminhões os trilhos que serão usados nas obras do trensurb reacendeu o debate sobre a necessidade de diminuir a ociosidade do Porto da capital gaúcha e revitalizar as hidrovias no Estado.
Na tentativa de elevar a movimentação de cargas em Porto Alegre, a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) pretende, até a metade do ano, abrir uma licitação para escolher o operador de um terminal de contêineres e atrair exportadores de carne de frango, fumo e máquinas.
O superintendente da SPH, Gilberto Cunha, diz que o estudo de viabilidade econômica está concluído e o projeto precisa agora de análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Conforme o levantamento, a capacidade poderia ser de movimentar até 60 mil TEUs (contêiner de 20 pés) por ano.
– Isso significaria retirar 5 mil caminhões por mês das estradas – acrescenta Cunha.
O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Willen Mantelli, apoia a ideia, mas entende que a iniciativa deveria vir casada com o incentivo à instalação de empresas às margens das hidrovias, para estimular ainda mais o modal.
O presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Portos Fluviais no Estado, Eduardo Antonio Rech, disse ter encaminhado denúncia ao Tribunal de Contas da União questionando o transporte dos trilhos por caminhão de Rio Grande a Porto Alegre. Para a entidade, o navio deveria ter descarregado na Capital ou, então, deveriam ter sido usadas chatas.
Rech entende que o transporte deixou mais caro a obra contratada por uma empresa pública. O consórcio Nova Via, que executa a extensão do trensurb de São Leopoldo a Novo Hamburgo, alega problemas de calado para o navio chegar a Porto Alegre. Sustenta ainda que o custo do transporte foi todo do consórcio.(Fonte: Zero Hora/RS)
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