Rebaixamento das vigas e da plataforma de sustentação coloca em risco as operações
O temor de que a enchente que atingiu o Vale do Itajaí na última semana pudesse trazer consequências ao Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu se confirmou. Durante uma avaliação da estrutura portuária, descobriu-se que o berço número 1 teve rebaixamento das vigas e da plataforma de sustentação, o que pode colocar em risco as operações. A tragédia de 2008 já serviu de alerta. Naquele ano, dois berços de atracação foram destruídos pela cheia. Ontem à tarde, o ministro da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino, fez uma visita de emergência ao porto para verificar a situação.
O berço que sofreu avarias, inaugurado em 2009, foi construído pela empresa holandesa APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, ao custo de R$ 70 milhões. O desnível na estrutura seria de 15 a 20 centímetros, mas a preocupação da superintendência é com a possível progressão do afundamento. Desde ontem o local está sendo monitorado.
– Nós já convocamos a Secretaria Especial de Portos (SEP) e a empresa contratada pela APM Terminals para realizar a obra, que é de São Paulo. Nesta terça-feira (hoje) de manhã, os técnicos já estarão aqui para realizar a vistoria. Por enquanto não há condições de se dizer o que realmente aconteceu – afirma o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Júnior.
Após a enchente de 2008, a reconstrução do Porto de Itajaí foi paga com recursos do governo federal. Desta vez, porém, o custo deverá ser coberto pela APM Terminals. A empresa afirma que a estrutura tem seguro e garantia da construtora contra danos:
– O berço 1 já estava em construção durante a enchente de 2008 e resistiu. Antes de tirarmos conclusões, vamos esperar as informações dos técnicos – explica o superintende da APM, Walter Joss, acrescentando que engenheiros da empresa avaliarão os estragos.
Canal de acesso pode receber reforço
O ministro da Secretaria Especial de Portos anunciou que o canal de acesso ao Complexo Portuário deverá receber reforço de dragagem. A enchente que alagou cidades do Vale do Itajaí pode ter carregado sedimentos para o fundo do Rio Itajaí-Açu, o que diminui a profundidade e dificulta as manobras de grandes navios. Por enquanto, as operações seguem suspensas no Complexo Portuário.
O PORTO
- O Porto de Itajaí tem quatro berços de atracação, onde os navios encostam para serem carregados ou descarregados
- Os berços 1 e 2 são administrados pela empresa arrendatária, a APM Terminals
- Os berços 3 e 4 são públicos, mantidos pela superintendência do Complexo Portuário
Fonte:Jornal de Santa Catarina/DAGMARA SPAUTZ E PATRÍCIA AUTH
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