O Porto de Paranaguá, no Paraná, registrou em agosto a maior movimentação de cargas em seus 75 anos. Foram mais de 4,1 milhões de toneladas de produtos comercializados pelo terminal - entre exportação, importação e cabotagem (navegação pela costa brasileira) - recorde histórico que ultrapassou a marca de 3,9 milhões de toneladas, alcançada em agosto de 2007. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram 3,5 milhões de toneladas de mercadorias, o aumento chega a 18%.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (15) pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e mostram a eficiência do complexo graneleiro paranaense. A exportação de grãos representou 2.173.810 toneladas do total movimentado. O modelo paranaense do Corredor de Exportação, em sistema de pool, é único no Brasil e garante agilidade nas operações. A carga pode ser embarcada simultaneamente nos três berços de atracação exclusivos para granéis e permite que um mesmo navio receba carga de diferentes produtores – inclusive dos pequenos.
Oito empresas, incluindo o silo público, têm seus armazéns ligados ao Porto de Paranaguá através de seis de correias e esteiras rolantes que vão até a faixa portuária e desembocam em seis carregadores de navios (shiploaders). Em agosto, destaque para a comercialização de soja, que somou 609 mil toneladas, e do milho, 570 mil toneladas – mais que o dobro do registrado no mesmo mês de 2009. “O Paraná voltou a ter a maior produção agrícola do Brasil e o bom momento do campo reflete no porto”, afirma o superintendente Mario Lobo Filho.
“Estamos otimistas com a colheita do milho safrinha que, segundo o IBGE, será maior que as expectativas preliminares. Por isso, investimos pesado para atender os produtores e exportadores. Temos dois armazéns públicos exclusivos para milho e, até o fim do ano, a Appa deve aplicar R$ 7,8 milhões nas obras de manutenção, reforma e ampliação do Pátio de Triagem de Caminhões, o que deve garantir mais agilidade às operações de classificação de carga”, conta ele.
A exportação de açúcar, impulsionada pela supersafra do produto no Brasil e aliada à seca na Ásia, cresceu quase 25% no embarque a granel (direto no porão do navio) e foi quatro vezes maior no embarque em sacas, se comparado a agosto do ano anterior. No total, Paranaguá escoou 689.150 toneladas de açúcar em agosto de 2010, contra pouco mais de 485 mil toneladas no mesmo mês de 2010.
IMPORTAÇÃO – O perfil graneleiro do porto e a facilidade de transporte para os grandes pólos do agronegócio no Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, refletiram na importação de fertilizantes, que somou 662 mil toneladas no último mês. Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Paranaguá recebe 52% de toda a matéria prima para a produção de adubos do Brasil e a previsão das empresas operadoras é que até o fim do ano sejam movimentadas 7 milhões de toneladas de produtos como uréia, cloreto de potássio e nitratos, pelo terminal paranaense.
“Paranaguá é hoje o porto do agronegócio brasileiro, ainda que tenha se consolidado como importante ponto para movimentação de contêineres, congelados e veículos. Esta posição garante uma vantagem financeira que é o frete de retorno. Funciona assim: os caminhões e trens chegam com grãos para exportação e na volta, ao invés de retornarem vazios, carregam os produtos para produção de adubo. Chamamos este processo de logística da soja, que dá mais eficiência e lucratividade para os usuários dos portos do Estado”, diz Lobo Filho.
CONTÊINERES E VEÍCULOS – A importação e exportação de veículos, como carros de passeio, caminhões, maquinário agrícola e ônibus, quase dobrou no comparativo entre os meses de agosto de 2009 e 2010. Subiu de 12 mil unidades para 23,5 mil. Hoje, o Porto de Paranaguá é um dos líderes na movimentação de veículos e responde por aproximadamente 19% de todas as exportações brasileiras. No último mês, o terminal retomou as atividades da chamada Linha da África, que envia veículos produzidos no Brasil para países como Angola, Gana, Nigéria, Cabo Verde e Guiné Equatorial.
O número de contêineres movimentados em agosto foi de aproximadamente 54 mil TEUs (unidades de 20 pés), seguindo uma tendência de crescimento que tem se apresentado desde o início do ano. Devido ao bom desempenho do setor, em junho, a Appa determinou a abertura de mais duas janelas públicas de atracação, oferecidas com dia e hora pré-estabelecidos para serviços semanais regulares de navios de contêineres, além de conseguir, junto à Capitania dos Portos do Paraná, autorização para que Paranaguá passasse a receber navios com até 301 metros de comprimento e maior capacidade de carga.
ANO – Desde o início de 2010, 25,5 milhões de toneladas de mercadorias entraram ou saíram do Brasil via Paranaguá. São 6,2 milhões de toneladas de carga geral, como congelados (848,7 mil toneladas), madeira (480 mil) e papel (222,8 mil). Cerca de 16,4 milhões de toneladas de granéis sólidos, como soja (4,8 milhões de tonelada), farelos (3,7 milhões), açúcar (2,2 milhões), milho (1,1 milhão) e fertilizantes (3,9 milhões), além de 2,8 milhões de toneladas de granéis líquidos, como produtos derivados de petróleo (1,3 milhão). Foram movimentados, ainda, 109.582 veículos e mais de 445 mil TEUs de contêineres.
A quantidade de produtos comercializados nos oito primeiros meses deste ano já equivale a 81% do total movimentado durante todo o ano de 2009, quando foram 31,2 milhões de toneladas embarcadas e desembarcadas. Com isso, chega a 256,9 milhões de toneladas a movimentação no porto de Paranaguá desde 2003.
BOX – DADOS COMPARATIVOS
Movimentação de cargas no Porto de Paranaguá, por ano, em toneladas:
1995: 17.199.265
1996: 18.355.807
1997: 19.704.076
1998: 20.129.590
1999: 19.310.331
2000: 21.356.312
2001: 28.887.658
2002: 28.518.549
Saldo do período: 173.461.588 toneladas de produtos
2003: 33.556.427
2004: 32.573.795
2005: 30.188.877
2006: 32.563.179
2007: 38.225.388
2008: 33.055.270
2009: 31.274.077
2010: 25.587.502 (até agosto)
Saldo do período: 256.974.515 toneladas de produtos
* Não inclusos unidades de veículos e contêineres
Fonte: Agência Estadual de Notícias/Divisão Empresarial - Appa
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