Classificação de soja garante qualidade do grão
Porto de Rio Grande (RS) passa a fazer parte da força-tarefa dos técnicos do Ministério da Agricultura que analisam se as empresas credenciadas atendem às regras dos padrões de classificação do produto
O Porto de Rio Grande (RS) começa, neste mês, a fazer parte do monitoramento intensivo dos fiscais do Ministério da Agricultura para verificar as condições higienicossanitárias da soja destinada à exportação. Os técnicos analisam se as empresas credenciadas pelo órgão estão atendendo às normas para classificação do grão. “Com a ação, aumentamos a garantia de qualidade do produto enviado para diversos mercados como China, Rússia e União Europeia. A ideia é mantermos a liderança no ranking das exportações dessa commodity”, explica o fiscal da Coordenação-Geral de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, André Bispo.
Para a soja ser considerada de qualidade, são analisados quesitos como quantidades de matérias estranhas e impurezas (pau, pedra, terra), que não pode ultrapassar 1%, e de grãos mofados, que deve ser de até 6%. Além disso, a presença de sementes tratadas com agrotóxicos ou de grãos de mamona no produto é limitada a um por cada kg de amostra coletada para análise.
Nos casos de detecção de produtos contaminados, o embarque não é autorizado. “As nossas exportações de soja são destinadas principalmente à China e a países da União Europeia”, declara o chefe-substituto do Serviço de Vigilância Agropecuária do Porto de Rio Grande, Lindomar de Freitas Lopes. Em 2010, saíram desse porto nove milhões de toneladas do grão.
Além do Porto de Rio Grande, fazem parte desse sistema de inspeção, as unidades de Tubarão (ES), Santos (SP) e Paranaguá (PR), local onde o projeto começou, em outubro de 2010. A expectativa do Ministério da Agricultura é que, até o fim deste ano, os nove portos brasileiros adotem o sistema. Integram esse complexo o Porto Hermasa (AM), Terminal Portuário Cope Jipe (BA), Porto do Itaqui (MA), São Francisco do Sul (SC) e de Santarém (PA).
A fiscalização diária dos produtos do agronegócio brasileiro embarcados nos portos é de responsabilidade dos técnicos do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura. Eles verificam se as cargas têm os certificados fitossanitários (para vegetais e plantas), sanitários (produtos de origem animal) e zoossanitários (animais vivos). A ação previne a entrada de pragas ou doenças que possam prejudicar o agronegócio brasileiro e a qualidade dos alimentos.
Exportações
Em janeiro de 2011, as exportações de soja em grãos alcançaram US$ 107,1 milhões. No primeiro mês de 2010, o valor registrado foi de US$ 45,3 milhões. O resultado representa crescimento de 136,3%. No ano passado, o total das vendas do grão chegou a US$ 11 bilhões. O Brasil é o maior exportador de soja do mundo.
Saiba mais
O porto mais movimentado no Brasil é o de Santos (SP) que, em 2010, foi responsável pelo transporte de 96 milhões de toneladas de grãos, sendo 64,1 milhões de toneladas exportadas e 31,8 milhões de toneladas importadas. O resultado representa crescimento de 15,4%, em relação ao volume registrado em 2009, de 83,1 milhões de toneladas. De acordo com o chefe do Serviço de Vigilância Agropecuária do Porto de Santos, Daniel Rocha, a expectativa para 2011 é que se chegue a 101 milhões de toneladas.
A unidade de Tubarão (ES) exportou 5,2 milhões de toneladas em 2010, sendo 2,4 milhões de toneladas de soja. “Mais de 90% desse produto vão para os países da União Europeia”, informa o chefe do Serviço de Vigilância Agropecuária do Porto de Tubarão, Gilson Guedes dos Santos. Já do Porto de Paranaguá (PR) saíram 5,3 milhões de toneladas de soja em 2010.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que, em 2010, o transporte marítimo foi utilizado para movimentar 83,2% do total das cargas destinadas à exportação. O rodoviário ocupou parcela de 7,3%, seguido do aéreo, 4,5%, fluvial, 0,6% e outros 4,4%.
Fonte: Pantanal News/Kelly Beltrão/Ministério da Agricultura
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